Análise: A instabilidade internacional de Trump tem que ter um limite

A política externa de Donald Trump tem sido marcada por confrontos e imprevisibilidade, afetando as relações dos Estados Unidos com aliados e adversários de forma semelhante. Hussein Kalout, cientista político e pesquisador de Harvard, analisou o cenário durante sua participação no programa WW.

Segundo Kalout, Trump decidiu confrontar países aliados e não aliados aos Estados Unidos praticamente na mesma proporção. “Vamos lembrar, ele confrontou a Europa e fez concessões inimagináveis ao Putin. Ele comprou uma briga com a China, depois ele conseguiu encontrar um modus vivendi a partir de um acordo com a China”, exemplificou o pesquisador.

Brasil na mira de Trump

O cientista político destacou que agora o Brasil está na mira de Trump, sendo o sexto país com superávit comercial para a economia americana. “Agora a bola da vez é um confronto com o Brasil. Daqui a pouco pode ser um confronto com a Índia”, alertou Kalout, enfatizando que “esse tipo de instabilidade internacional tem que ter um limite”.

Questionado sobre o fôlego de Trump para continuar sua guerra comercial, Kalout apontou as eleições de meio de mandato (midterms) como um possível ponto de virada. “Eu creio que o limite na minha avaliação vai ser a partir do midterms. O midterms é uma boa faixa porque provavelmente os republicanos vão perder, os democratas vão vencer a Câmara”, explicou.

Se esse cenário se concretizar, Trump enfrentará uma situação difícil no Congresso. Kalout prevê que “aí a preocupação vai ser interna, porque aí não terá como ele sustentar essa loucura em escala global, esse bullying diplomático internacional vai ter limites”.

O pesquisador conclui que, nesse caso, “o projeto econômico de Make America Great Again vai começar a travar no Congresso americano e aí ele terá que enfrentar a realidade do poder político americano e das instituições americanas”.

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