Apesar da perda da floresta e das mudanças climáticas, ainda há esperança para a Amazônia, de acordo com um estudo elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e de instituições nacionais e internacionais, divulgado nesta quarta-feira (14).
A pesquisa aponta que, desde que sejam adotadas medidas “urgentes, ambiciosas e imediatas”, a recuperação de parte da floresta é possível.
Pesquisadores afirmam que ainda “há grandes incertezas” sobre o entendimento de um “ponto de não retorno” único para todo o sistema amazônico, devido aos múltiplos riscos para colapsos ecológicos com diferentes características para diferentes regiões — mas vários desses riscos podem ser evitados.
O “ponto de não retorno” é como os cientistas chama o momento em que a degradação do ambiente, como queimadas, perda de fauna e mudanças nos regimes de chuvas, ultrapassa um estágio do qual não se pode retornar — o que ainda não ocorreu com a floresta. “As escolhas, políticas e ações tomadas hoje podem direcionar a região para um futuro mais sustentável”, diz o artigo
Risco de “efeito martelo”
O estudo destaca que, para além do “ponto de não retorno” há um outro tipo de hipótese relacionada ao potencial colapso da floresta que é ainda mais urgente: o chamado “efeito martelo”.
“O ‘efeito martelo’ é como se a gente colocasse uma pressão tão grande nos ecossistemas que acaba resultando na perda de grande parte da biodiversidade e dos serviços dessas regiões” e mesmo sem um “ponto de não retorno” evidente. A boa notícia é que a Amazônia faz parte de um grupo de florestas resilientes à pressões como essa.
O artigo propõe um conjunto de estratégias imediatas para evitar danos irreversíveis para a região:
- redução do desmatamento — a medida é citada pelo artigo como a “primeira linha de defesa” para evitar o colapso das florestas amazônicas;
- restauração de paisagens;
- manejo de incêndios florestais;
- fortalecimento de políticas públicas; e
- cooperação com povos indígenas e comunidades tradicionais para a conservação do bioma.