Aluna trans desaparecida em SP: polícia encontra ossos em sítio de suspeito

A Polícia de São Paulo encontrou vestígios ósseos em um sítio que pertenceria a um dos suspeitos envolvidos no caso de Carmen de Oliveira Alves, estudante da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desaparecida desde o mês passado, em Ilha Solteira, no interior do estado.

Segundo Lucas Oliveira, irmão da jovem, os ossos foram encontrados em um terreno de Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen e apontado como suspeito de assassinar a estudante. Ainda de acordo com o familiar, os vestígios teriam chances de ter origem animal.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que os vestígios foram encaminhados para a perícia e o caso segue sendo investigado.

Relembre o caso

Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos desapareceu no dia 12 de junho, no interior do estado paulista. A estudante foi vista pela última vez após sair do câmpus da faculdade com uma bicicleta elétrica. Um localizador do aparelho celular da jovem mostrou que ela esteve no sítio do namorado logo depois.

Após o desaparecimento, a polícia passou a investigar o caso, que é tratado como feminicídio.

Entre os suspeitos estão o namorado da jovem e um policial militar da reserva – que seria amante do companheiro de Carmen. Os dois estão presos temporariamente desde a semana passada. Yuri foi levado para uma cadeia pública da região. O policial está no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.

Segundo as investigações, Carmen fez um dossiê contra o namorado, Marcos Yuri. O documento foi apagado no dia em que ela desapareceu. Posteriormente, a polícia conseguiu acessar o notebook da jovem e encontrou o documento que teria sido escrito por ela. No documento, havia uma lista de supostos crimes de Yuri, que seriam divulgados, caso ele não assumisse o relacionamento com Carmen.

Relação de “sugar daddy”

Durante as investigações, foi apontado que Marcos Yuri tinha feito uma inscrição para participar de um concurso público para oficial da Polícia Militar, fato que também provaria o relacionamento dele com o policial Roberto Carlos de Oliveira, suspeito de ser cúmplice do crime.

Segundo o irmão de Carmen, nesta quinta-feira (18), foi feita a quebra de sigilo telefônico de Roberto. Ainda de acordo com Lucas, Roberto e Yuri estavam comprando um terreno juntos, localizado próximo a casa do policial.

O advogado Miguel Micas, que defende o PM, afirmou que o policial se diz inocente e que a defesa ainda não teve amplo acesso ao inquérito.

O delegado responsável pelo caso afirmou que o namorado da jovem é “extremamente frio e manipulador”. Ele ainda descreveu a relação de Yuri com o policial como uma relação de sugar daddy, quando o mais velho banca o mais novo. “A relação de sugar daddy encaixa como uma luva. O Roberto tem poder econômico e o Yuri não tem. Ele trabalhava como entregador de yakissoba em um bairro aqui e fazia bicos. O Roberto se aposentou como segundo tenente, oficial da PM, com uma boa aposentadoria, e recentemente recebeu uma herança”, disse.

Para o delegado, os dois suspeitos cometeram o crime juntos. “Temos imagens do Roberto se deslocando para o sítio do Yuri. Temos a geolocalização do celular dele que bate com a geolocalização da vítima, a Carmen. Isso fundamentou a prisão temporária dos dois” concluiu.

A CNN busca contato com a defesa de Marcos Yuri e o espaço segue aberto para manifestações.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

*Sob supervisão de

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