Alemanha diz que relatório sobre genocídio em Gaza é “muito preocupante”

A Alemanha declarou nesta terça-feira (16), que o relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre Israel é “extremamente preocupante”, acrescentando que o avanço das forças terrestres israelenses na Cidade de Gaza foi “a abordagem equivocada”.

“Os incidentes descritos no relatório são extremamente preocupantes. Em conflitos armados, todas as partes estão vinculadas ao direito internacional humanitário”, disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, a repórteres em Berlim.

O relatório do comitê da ONU concluiu que Israel comete genocídio em Gaza e que autoridades israelenses de alto escalão, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, incitaram esses atos — acusações que Israel chamou de escandalosas.

O resultado da investigação, divulgado no momento em que Israel anunciou o início de uma operação terrestre na Cidade de Gaza, cita exemplos da escala dos assassinatos, bloqueios de ajuda humanitária, deslocamento forçado e destruição de uma clínica de fertilidade para corroborar sua descoberta de genocídio, somando-se a uma associação de acadêmicos e grupos de direitos humanos que chegaram à mesma conclusão.

Entenda a guerra na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.

Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.

Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.

Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).

Desde o início da guerra, mais de 62 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.

Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.

Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.

Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino. De acordo com a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.

Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.

Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado. 

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