Os Estados Unidos defenderam Israel de acusações de genocídio contra a população da Faixa de Gaza nesta quarta-feira (23), alegando que são “categoricamente falsas” e que têm motivações políticas.
“Elas [acusações] fazem parte de uma campanha de propaganda deliberada e cínica, enquanto o Hamas tenta obter vitórias simbólicas para compensar a derrota total na guerra. Os Estados Unidos refutam completamente essas alegações”, disse Dorothy Shea, embaixadora americana, ao Conselho de Segurança da ONU.
“A perda de vidas civis em Gaza é trágica, mas a responsabilidade por isso cabe ao Hamas, que também poderia interromper os combates hoje concordando com um cessar-fogo já aceito por Israel”, comentou.
Diversas instituições têm alertado para o aumento da fome e mortes por desnutrição no território palestino, pedindo que Israel libere maior fluxo de ajuda humanitária para a região.
Em uma declaração conjunta, 111 organizações humanitárias internacionais pediram que Israel ponha fim ao bloqueio de suprimentos. O Ministério das Relações Exteriores israelense rejeitou a nota e a considerou “desconectada da realidade”.
Também nesta quarta, o governo do Brasil manifestou profunda indignação e denunciou “graves e sistemáticas violações de Direitos Humanos e do Direito Humanitário” em Gaza.
A França foi outro país que criticou a expansão da ofensiva israelense, pontuando que ela acelera a degradação da situação humanitária no território.
Ainda durante a reunião do conselho nesta quarta, Shea pontuou que os EUA apoiam maior envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, mas que isso precisa ser feito de uma maneira que não permita que o Hamas se beneficie.
Israel acusa o grupo armado de roubar suprimentos e usar os civis como “escudo humano”.
A guerra começou após o Hamas ter invadido Israel em 7 de outubro de 2023, fazendo dezenas de reféns e matando mais de 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses.
Segundo autoridades de saúde da Faixa de Gaza, o número de palestinos mortos passou dos 59 mil desde o início do conflito. Além disso, há mais de 143 mil feridos.
Em 9 de julho, 86% da Faixa de Gaza estava dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento. Muitas pessoas buscam refúgio em locais de superlotados, abrigos improvisados, prédios e ruas danificados.