O setor de máquinas e equipamentos brasileiro enfrenta desafios significativos diante do aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos e está entre os mais impactados. O segmento representa 20% do total de US$ 18 bilhões em produtos brasileiros impactados pela medida americana.
José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), destacou, durante o WW, que as medidas em desenvolvimento pelo governo brasileiro são cruciais para dar fôlego às empresas, abrangendo aspectos como capital de giro, crédito e questões tributárias e trabalhistas. Ele comparou as medidas às adotadas na época da pandemia de Covid-19.
As novas tarifas ainda não estão em vigor efetivamente. Existe um período de adaptação que se estende de 6 de agosto até 5 de outubro para que as mercadorias cheguem aos portos americanos. Produtos transportados por via marítima levarão entre 30 e 40 dias para alcançar as costas leste e oeste dos Estados Unidos, respectivamente, ainda sem a incidência das novas tarifas.
No entanto, o setor já percebe impactos nas negociações. Pedidos estão sendo cancelados, postergados ou reduzidos ao mínimo necessário pelos compradores americanos, afetando o fluxo comercial entre os países.
Velloso aponta que existem possibilidades concretas para um acordo comercial com os Estados Unidos. O Brasil possui vantagens negociais, como sua posição de principal nação da América Latina e sua balança comercial negativa com os americanos. Além disso, os Estados Unidos mantêm significativos investimentos em capital no Brasil, o que favorece o interesse mútuo em resolver a situação.