PT lança manual com incentivo a vídeo e proibição de termos como “genocida”

O PT (Partido dos Trabalhadores) lançou nesta segunda-feira (29) um manual de apoio para o ativismo digital nas redes sociais antes do início do ano eleitoral de 2026.

Na cartilha, a sigla orienta os eleitores a evitarem uso de termos como “genocida”, “fascista” e “corrupto”, assim como incentiva o uso de cortes de vídeos e memes de atos públicos, discursos e eventos oficiais.

Segundo o partido, o objetivo do manual é oferecer orientação e segurança jurídica para militantes que atuam nas redes sociais. A ideia é evitar processos judiciais para eleitores.

Uso de termos como “genocida” e “fascista”

A cartilha reúne uma série de respostas às perguntas enviadas por influenciadores digitais. Entre elas, os usuários questionaram se podem chamar opositores políticos de “fascista”, “genocida” ou “corrupto” nas redes sociais.

O manual diz que a liberdade de expressão “não é absoluta”, apesar da livre manifestação do pensamento ser uma regra protegida pela Constituição Federal, e esses termos “podem representar riscos” processuais aos eleitores.

Segundo a cartilha, os adjetivos “genocida” e “corrupto” remetem a crimes e são mais perigosos ainda em comparação à palavra “fascista”, que pode ser considerada opinativa. Mesmo assim, essa última ainda traz risco de ser enquadrada como injúria se não houver uma condenação judicial.

A sugestão do manual é a substituição desses termos. Ou seja, em vez de chamar alguém de “fascista”, o eleitor pode dizer: “Esse discurso se aproxima ou remete ao fascismo histórico”.

O mesmo serve para “genocida” ou “corrupto”. A cartilha sugere que os eleitores de Lula substituam o primeiro adjetivo por “milhares de mortes” na pandemia da covid-19, por exemplo.

Em 2021, a oposição chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “genocida” e “fascista” no Congresso Nacional após à atuação dele como chefe do Executivo. Ele não foi condenado por esses crimes.

Neste ano, Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado nos atos do 8 de Janeiro. Ele cumpre a sentença na Superintendência da PF (Polícia Federal).

Cortes de vídeos

O PT incentiva o uso de cortes de vídeos de eventos e figuras públicas, como atos, discursos e entrevistas, com indicação da fonte original. Mas o partido faz uma ressalva e pede para os eleitores se diferenciarem “da outra corrente ideológica”.

“Enquanto o bolsonarismo manipula imagens para fake news, a militância do Lula deve mostrar a verdade dos atos públicos”, diz um trecho do manual.

O partido também alerta para a publicação de prints de conversas privadas e edição de trechos de fala de adversários sem contextualização. Ainda, o manual ressalta o cuidado para não expor dados pessoais de terceiros, como telefone, endereço e CPF.

Memes

O PT também incentiva o uso de memes e sátiras. Para o partido, as ferramentas são “armas fortes”, desde que sejam “fundamentadas em verdades ou percepções políticas, não em mentiras”.

A orientação geral é que o eleitor do PT reúna base de fatos com citação fontes na hora de argumentar politicamente. Também pede para o usuário deixar claro quando estiver expressando uma opinião.

Em outras partes do manual, o PT dá orientações sobre como agir em caso de notificação judicial, extrajudicial e processo. A cartilha completa está disponível no site do partido. 

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