Brigitte Bardot, ícone do cinema francês, morreu neste domingo (28), aos 91 anos. A atriz deixa um legado que ultrapassa as telas e também dialoga com outras áreas, incluindo o mundo do automóvel. Embora nunca tenha sido associada diretamente ao automobilismo, sua imagem, relações pessoais e influência cultural esbarram nos carros, em especial na França e na Itália.
Uma das ligações mais conhecidas envolve o piloto de Fórmula 1 francês François Cevert. Em 1971, Brigitte Bardot e Cevert mantiveram um relacionamento breve, registrado em poucas imagens públicas, entre elas a visita ao Salão do Automóvel e da Motocicleta de Paris.
No campo do design e da cultura automotiva, o nome de Brigitte Bardot está associado a um dos modelos mais emblemáticos da Ferrari. A 365 GT4 BB, apresentada no Salão de Turim de 1971, entrou para a história como a primeiro Ferrari de produção em série com motor central traseiro e 12 cilindros. Menos de 400 unidades foram produzidas, tornando-o um objeto de desejo entre colecionadores.
O nome técnico oficial era “Berlinetta Boxer” e o projeto era conhecido internamente apenas como “BB”. Anos depois, o designer Leonardo Fioravanti, então ligado à Pininfarina, revelou que o apelido era uma referência direta a Brigitte Bardot. Segundo ele, a equipe associava as formas do carro à imagem da atriz, considerada um símbolo de beleza e impacto visual na época. O nome oficial teria sido uma solução para manter a tradição da Ferrari, ao mesmo tempo, em que disfarçava a homenagem não declarada.
Ao longo da vida, a atriz teve acesso a modelos sofisticados, como Rolls-Royce. Além disso, existem inúmeros ensaios com veículos. Nos anos 1950, por exemplo, realizou campanha do Simca Aronde Week-end, um conversível da marca francesa. Também se destaca pelas imagens com o Renault Floride, outro esportivo compacto do seu país natal.
A relação de Bardot com os automóveis também revela um contraste entre luxo e simplicidade, inclusive com postura mais discreta com o passar dos anos. Um exemplo disso foi o uso de um Renault 4L branco, veículo popular na França, que se tornou parte de sua rotina em Saint-Tropez. O carro era utilizado em deslocamentos curtos e ficou associado à sua fase mais reservada, longe dos grandes estúdios e eventos internacionais.
Brigitte Bardot também teve papel relevante na história das duas rodas. Em 1971, durante filmagens em Saint-Tropez, foi fotografada pilotando uma Yamaha 125 AT-1, modelo então inédito na França. A ação, inicialmente informal, transformou-se em uma das campanhas mais conhecidas da marca japonesa, consolidando a atriz como uma improvável embaixadora do motociclismo recreativo.
Ao longo de décadas, a presença de Brigitte Bardot no imaginário automotivo reforça como figuras da cultura popular influenciam design, marketing e até nomenclaturas de veículos. Mais do que uma entusiasta, ela se tornou referência estética e simbólica em uma indústria que, muitas vezes, busca inspiração fora das pistas e das fábricas.
As informações da morte da estrela francesa foram divulgadas por meio de sua fundação dedicada ao bem-estar animal. Até o momento, informações do local e horário exatos de sua morte não foram divulgados.