Em entrevista ao WW nesta segunda-feira (22), o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) defendeu a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a suposta relação entre o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o Banco Master.
Segundo Vieira, a investigação buscaria revelar se existe um contrato que garantiu o pagamento de R$ 3,6 milhões para o escritório de advocacia da mulher de Moraes com contraprestação mínima. Outro ponto a ser apurado, segundo o senador, é se Alexandre de Moraes teria interferido diretamente em benefício de um cliente da banca de advocacia de sua família.
“O objetivo com uma Comissão Parlamentar dessa é colocar luz nos fatos. Ninguém está condenando previamente a doutora Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, o próprio ministro ou quem quer que seja. Mas fatos dessa relevância têm que ser apurados”, declarou Vieira à CNN.
O senador explicou que, diferentemente dos pedidos de impeachment contra ministros do STF, que dependem do despacho unilateral do presidente da Casa Legislativa, a CPI tem maior possibilidade de avançar por ser um direito da minoria parlamentar.
Vieira lembrou que já apresentou um pedido de impeachment contra Moraes e contra Dias Toffoli, em 2019, mas que esse tipo de solicitação normalmente não prospera.
O senador também criticou o que chamou de “promiscuidade” entre o ambiente político, empresarial e da advocacia. Ele mencionou outros comportamentos que considera problemáticos, como o “enriquecimento absurdo” e “caronas em jatinhos de investigados”.
Vieira afirmou ainda à CNN acreditar que eventualmente haverá impedimento e até prisão de ministros das cortes superiores do Brasil por condutas que, segundo ele, “ultrapassam qualquer limite”.