O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (22) que seria inteligente para o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, deixar o poder, e que Washington poderia ficar com o petróleo que apreenderam na costa do país sul-americano nas últimas semanas ou vendê-lo.
A campanha de pressão sob o líder chavista incluiu um aumento da presença militar na região e mais de duas dezenas de ataques militares contra embarcações supostamente envolvidas com tráfico de drogas no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe, perto do país sul-americano.
Pelo menos 100 pessoas morreram nesses ataques.
Questionado se o objetivo era forçar Maduro a deixar o poder, o presidente americano disse aos repórteres:
“Bem, acho que provavelmente sim… Isso depende dele, do que ele quer fazer. Acho que seria inteligente da parte dele fazer isso. Mas, novamente, vamos descobrir.”
“Se ele quiser fazer alguma coisa, se ele jogar duro, será a última vez que ele poderá jogar duro”, disse ele.
Críticas ao líder colombiano
Durante a conferência de imprensa, Trump também criticou o presidente colombiano Gustavo Petro, com quem também tem tido desavenças ao longo do ano.
“Ele não é amigo dos Estados Unidos. Ele é muito ruim. Um cara muito mau. Ele precisa ficar de olho porque ele produz cocaína e eles mandam para os EUA”, disse ele quando questionado sobre as críticas do líder colombiano à forma como o governo Trump lidou com as tensões com a Venezuela.
Além dos ataques, Trump já havia anunciado um “bloqueio” de todos os petroleiros sujeitos a sanções que entrassem e saíssem da Venezuela.
A Guarda Costeira dos EUA iniciou a perseguição a um petroleiro em águas internacionais perto da Venezuela no domingo (21), naquela que seria a segunda operação desse tipo neste fim de semana e a terceira em menos de duas semanas, caso seja bem-sucedida.
“Talvez o vendamos, talvez o guardemos”, disse Trump ao ser questionado sobre o que aconteceria com o petróleo apreendido, acrescentando que ele também poderia ser usado para reabastecer as reservas estratégicas dos Estados Unidos.
Sem se referir diretamente às declarações de Trump, o líder chavista disse que cada líder deve cuidar dos assuntos internos de seu próprio país.
“Se eu falar com ele novamente, direi a ele: cada país deve cuidar de seus próprios assuntos internos”, afirmou Maduro, referindo-se a um primeiro telefonema entre os dois líderes no mês passado.