Um grupo de 50 parlamentares democratas nos Estados Unidos enviou uma carta ao presidente Donald Trump criticando as tarifas e sanções impostas contra autoridades brasileiras. A iniciativa, no entanto, chega em um momento em que as relações entre Brasil e Estados Unidos apresentam sinais de melhora.
De acordo com a analista Fernanda Magnotta, no CNN 360°, essa carta surge em um momento peculiar, já que a relação entre os dois países tem mostrado avanços significativos nas últimas semanas. “Já nas últimas semanas, a reversão vem acontecendo a passos largos. Isso significa não só vitórias do Brasil no campo da justiça nos Estados Unidos, mas sobretudo no campo político”, explicou.
A analista destaca que existe uma expectativa de que as sanções remanescentes sejam removidas em breve, com equipes técnicas de ambos os países trabalhando nessa direção. A carta também menciona as punições impostas pela lei Magnitsky, que já foi revogada há uma semana.
Novas prioridades na relação bilateral
Segundo Magnotta, a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos agora repousa sobre outros interesses. “Hoje, quando a gente olha nos bastidores de Washington, o que se fala não é mais tanto sobre tarifaço, não é tanto mais sobre a própria figura do ex-presidente Bolsonaro”, afirmou. As novas prioridades incluem terras raras, minerais críticos, além de cooperação em questões como Venezuela, combate ao crime organizado e narcotráfico.
Para a especialista, a carta dos democratas também reflete as dificuldades internas do partido. “Essa carta, ela aparece também como uma espécie de símbolo representativo da dificuldade de articulação do Partido Democrata”, avaliou. Magnotta destacou que o partido enfrenta problemas de dispersão e falta de liderança a 12 meses das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.
Apesar de os democratas terem, segundo pesquisas, uma posição favorável para as próximas eleições, a analista observa que o partido está com dificuldades de se organizar adequadamente. “O partido está disperso, tem dificuldade de se organizar no tempo das coisas de maneira adequada e, mais do que isso, está carente de lideranças”, concluiu Magnotta.