A China planeja expandir as exportações e importações no próximo ano como parte dos esforços para promover um comércio “sustentável”, conforme a emissora estatal CCTV neste sábado (13), citando uma autoridade de alto escalão da área econômica.
O superávit comercial de US$ 1 trilhão registrado pela segunda maior economia do mundo está gerando tensões com os parceiros comerciais de Pequim e atraindo críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros observadores, que afirmam que o modelo de crescimento econômico focado na produção é insustentável.
“Devemos aderir à abertura, promover a cooperação vantajosa para todos em vários setores, expandir as exportações e, ao mesmo tempo, aumentar as importações para impulsionar o desenvolvimento sustentável do comércio exterior”, declarou Han Wenxiu, vice-diretor da Comissão Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, em uma conferência.
A China incentivará as exportações de serviços em 2026, acrescentou Han, prometendo medidas para impulsionar a renda familiar, aumentar as pensões básicas e remover restrições “irracionais” no setor de consumo.
Ele reiterou o apelo do governo para conter as guerras de preços deflacionárias, em que as empresas se envolvem em rivalidades excessivas e de baixo retorno que corroem os lucros.
O FMI solicitou a Pequim esta semana a fazer a “escolha corajosa” de restringir as exportações e impulsionar a demanda do consumidor.
“A China é simplesmente grande demais para gerar muito (mais) crescimento a partir das exportações, e continuar dependendo do crescimento impulsionado pelas exportações corre o risco de agravar as tensões comerciais globais”, apontou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (10).
Economistas alertam que o desequilíbrio arraigado entre produção e consumo na economia chinesa ameaça o seu crescimento a longo prazo em prol da manutenção de um ritmo acelerado no curto prazo.
Os líderes chineses prometeram na quinta-feira (11) manter uma política fiscal “proativa” no próximo ano para estimular tanto o consumo quanto o investimento, com analistas prevendo que Pequim almeja um crescimento em torno de 5%.