O recente apagão que atingiu São Paulo voltou a criar um embate entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governo federal. Segundo análise de Caio Junqueira, no CNN Prime Time, o episódio reacendeu as críticas à concessionária Enel, responsável pela distribuição de energia na região metropolitana paulista.
A questão central do conflito está no fato de que, embora a área afetada esteja em São Paulo, a concessão da Enel é federal, o que limita a capacidade de intervenção das autoridades estaduais e municipais. Tarcísio de Freitas fez questionamentos diretos sobre a atuação da empresa e chegou a propor a quebra do contrato atual.
Durante pronunciamento, o governador defendeu uma solução drástica para o problema: dividir a região metropolitana em dois contratos com empresas distintas. Segundo ele, o principal problema está no tempo de resposta da Enel e na capacidade da concessionária em realizar investimentos adequados para atender emergências em curto prazo.
Divergência sobre responsabilidades
Enquanto as autoridades paulistas cobram medidas mais severas, representantes do governo federal, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm adotado postura mais cautelosa quanto à possibilidade de quebra da concessão. Essa diferença de abordagem evidencia o embate político entre as duas esferas de governo.
As manifestações federais indicam preocupação com as implicações jurídicas de uma eventual rescisão contratual, já que concessões desse tipo são firmadas por longos períodos. Por outro lado, tanto o governador Tarcísio quanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já fizeram petições formais solicitando o fim do contrato com a Enel.
Os problemas recorrentes durante eventos climáticos têm gerado questionamentos sobre a capacidade da concessionária em atender adequadamente a região metropolitana de São Paulo. Embora existam discussões sobre responsabilidades compartilhadas, como a poda de árvores, que cabe às prefeituras, o contrato de concessão e sua fiscalização permanecem sob responsabilidade federal.