Boulos diz que Câmara teve cenas que “nem na ditadura” aconteceram

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou nesta terça-feira (9) que a Câmara dos Deputados viveu “momentos autoritários” que, segundo ele, não ocorreram “nem mesmo na ditadura”.

“Hoje a Câmara viveu momentos autoritários que nem mesmo na ditadura aconteceu: expulsou a imprensa do plenário e interrompeu a transmissão da TV Câmara. No mesmo dia em que tentam aliviar a pena de Bolsonaro, retiraram Glauber Braga à força da Mesa. Inaceitável! Minha solidariedade, Glauber!”, disse Boulos, o primeiro ministro do governo Lula a se manifestar sobre o caso.

A declaração foi uma reação à confusão registrada no plenário após o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupar a cadeira da Presidência da Câmara e, posteriormente, ser retirado à força pela Polícia Legislativa.

Minutos antes da ocupação, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia informado que analisaria um pedido de cassação do mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante dentro da Câmara.

O parlamentar afirmou que permaneceria na Mesa até o fim da disputa. “Se o presidente da Câmara quiser tomar uma atitude diferente daquela que ele tomou com os golpistas que ocuparam esta Mesa Diretora e que até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu ficarei aqui até o limite das minhas forças”, declarou.

Após a retirada de Glauber, seguranças esvaziaram o plenário e a TV Câmara interrompeu a transmissão da sessão.

O episódio ocorreu no mesmo dia em que o presidente da Câmara prometeu pautar o projeto de lei que reduz penas para envolvidos nos atos golpistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No momento em que Glauber Braga assumiu a Mesa, os deputados estavam na primeira fase da sessão que poderia avançar para a votação da proposta.

Depois, em entrevista no Teatro Nacional, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros se reuniram nesta noite para assistir a peça “O Céu da Língua”, do ator Gregório Duvivier, Boulos voltou a comentar sobre o assunto.

“É uma truculência inaceitável. Você vê os bolsonaristas ficaram uma semana ocupando a mesa da Câmara. E não foi essa a reação do comando da Câmara dos Deputados, como fizeram agora com o deputado Glauber Braga, que estava lá uma hora protestando contra o processo de cassação. Acho que isso é ruim para o parlamento brasileiro”, afirmou o ministro.


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