Pressões para 2026 podem dar alívio no consumo das famílias, diz economista

A economia brasileira apresentou desaceleração no terceiro trimestre deste ano, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos indicadores que chamou atenção foi a retração no consumo das famílias, sinalizando um ambiente de maior cautela e insegurança entre os consumidores brasileiros.

Em entrevista ao Live CNN, André Valério, economista sênior do Inter, explica que existe uma aparente contradição entre os indicadores econômicos atuais. “A gente está com o mercado de trabalho com a taxa de desocupação nas mínimas históricas, renda real em patamar recorde também, crescendo acima da inflação em um ritmo bem robusto, e ainda assim a gente vê o consumo tendo esse desempenho fraco nesse trimestre”, explicou.

O especialista destacou ainda que houve uma queda na taxa de poupança, o que pode indicar que as famílias estão acessando suas reservas para fazer frente aos gastos. Essa situação sugere uma fragilidade que não corresponde aos dados positivos do mercado de trabalho. Valério ressaltou que os indicadores de emprego podem estar defasados: “O dado do IBGE é uma média móvel trimestral, então ele move de maneira bastante devagar. E o último dado do CAGED já aponta para uma desaceleração mais firme do mercado de trabalho formal”.

Perspectivas para 2026

Apesar do cenário atual de cautela, André Valério apresenta uma visão otimista para o futuro próximo. Segundo ele, existem pressões previstas para 2026 que podem trazer alívio ao consumo das famílias brasileiras. “Principalmente a questão da isenção do imposto de renda para as famílias que recebem até R$ 5 mil por mês. Isso vai liberar um montante de recursos significativo que deve voltar para a economia via consumo”, afirmou.

Essa medida tributária pode representar um impulso importante para a economia doméstica, permitindo que mais recursos circulem no mercado interno. A perspectiva é que este alívio fiscal funcione como um contraponto à atual retração observada no consumo, potencialmente revertendo a tendência de desaceleração econômica que se manifesta nos dados mais recentes.

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