Presidente da CPMI do INSS pedirá mais 60 dias para novos depoimentos

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está concluindo a primeira fase de investigações e seu presidente, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou que solicitará mais 60 dias de prazo para realizar novos depoimentos e aprofundar as investigações.

Em entrevista ao CNN Novo Dia, o senador explicou que a primeira etapa da CPMI focou nos descontos associativos e nos sindicatos acusados de fraudar aposentados com inscrições e empréstimos consignados não autorizados.

A segunda fase das investigações deve começar em fevereiro ou março do próximo ano, com foco nos bancos envolvidos em empréstimos consignados com juros considerados abusivos. Segundo Viana, existem pelo menos dez instituições financeiras com grandes reclamações junto à SECOM. “Esses bancos estão sendo chamados porque é parte da nossa investigação descontos irregulares ou ilegais. Aposentados ficam 10, 12 anos sem conseguir entender por que não se livram de um empréstimo, porque os juros são completamente abusivos“, destacou.

Investigações revelam esquemas complexos

Durante a CPMI do INSS, foram aprovadas quebras de sigilo telefônico e telemático que permitiram o avanço das investigações. Viana mencionou que um dos investigados, Antônio Carlos Camilo, lobista conhecido como “Careca do INSS”, teria montado empresas no exterior, incluindo Colômbia, Portugal e outros países, para concorrer em licitações do Ministério da Saúde com empresas de fachada de venda de canabidiol.

“Ele começou a reinvestir esse dinheiro em outras áreas. Montou um grupo de empresas no exterior para que essas empresas, também de fachada de venda de canabidiol, pudessem concorrer a um grande volume de compras que seria feito pelo Ministério da Saúde”, explicou o senador.

De acordo com o presidente da CPMI, as investigações em curso e operações da Polícia Federal (PF) levaram ao bloqueio de recursos, o que teria impedido a continuidade do esquema de vendas para o Ministério da Saúde. Vianna ressaltou que há depoimentos na Polícia Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF) que sustentam essas alegações.

A comissão ainda pretende investigar outras ramificações do esquema, incluindo possíveis conexões com figuras políticas e empresariais. O presidente da CPMI argumentou que o prazo atual de seis meses é insuficiente para ouvir todos os depoentes necessários, justificando assim o pedido de prorrogação que será apresentado aos colegas parlamentares.

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