MP investiga desvio de donativos dos EUA para vítimas de enchentes no RS

Uma investigação do MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), nesta quinta-feira (4), apura o desvio e venda irregular de doações dos Estados Unidos a vítimas da enchente de 2024. Oito pessoas são investigadas: entre elas, três são da mesma família. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Caxias do Sul, São Marcos e Boa Vista do Sul. A Justiça decretou o bloqueio de R$ 2 milhões de contas bancárias vinculadas aos suspeitos.

A investigação teve início após uma denúncia, encaminhada ao Consulado-Geral do Brasil em Miami, que alertou a Defesa Civil do RS sobre a venda de roupas importadas que deveriam ter sido destinadas às vítimas das enchentes.

Conforme o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPRS, as roupas e utensílios foram encaminhados para uma ONG. Contudo, ao invés de serem entregues às vítimas da enchente, as peças foram revendidas em brechós da região. A investigação aponta a existência de indícios de enriquecimento ilícito por meio de laranjas e recebimento de valores via Pix em nome de terceiros.

Parte do dinheiro teria sido usada para compra de veículos, um apartamento e outros bens da principal pessoa investigada. Segundo o promotor, foram cometidos os crimes de apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro, praticados em contexto de calamidade pública.

A partir da apreensão de documentos, mídias e celulares, o objetivo é apurar se há mais envolvidos no esquema, os valores movimentados de forma ilegal e se houve desvio de doações em situações anteriores.

“O interesse público é muito superior ao interesse individual dos investigados, que se aproveitaram da dor das pessoas para obter vantagem patrimonial. Inclusive, divulgavam ações solidárias em suas redes sociais durante as enchentes, e um dos investigados chegou a ser reconhecido publicamente por isso”, destacou o promotor Manoel Figueiredo Antunes.

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