Os governos do Chile e do Peru concordaram em realizar patrulhas conjuntas ao longo da fronteira para “fortalecer a capacidade de resposta operacional e a cooperação policial” em meio ao crescente fluxo de migrantes venezuelanos.
A primeira reunião do Comitê Binacional de Cooperação Migratória, que visa abordar os desafios impostos pelos migrantes na fronteira entre Arica e Parinacota, no Chile, e Tacna, no Peru, contou com a presença dos ministros das Relações Exteriores de ambos os países, Hugo de Zela e Alberto van Klaveren.
Em declarações, os governos afirmaram que pretendem trabalhar com base em um “diagnóstico compartilhado” e concentrar esforços em “soluções práticas e eficazes” por meio de um trabalho colaborativo liderado pelo comitê e dirigido por vice-ministros e subsecretários.
Os países anunciaram também que concordaram em estabelecer um grupo de trabalho técnico sobre “assuntos consulares e migratórios”.
Além disso, o comitê pretende discutir critérios para a verificação migratória e um acordo para o retorno de pessoas em situação de migração irregular.
Quando e por que os migrantes venezuelanos chegaram à fronteira?
Após o anúncio de que as eleições presidenciais no Chile seriam decididas por um segundo turno entre Antonio Kast e Jeannette Jara, o candidato de extrema-direita fez um anúncio relacionado aos migrantes venezuelanos.
Kast disse que aqueles sem documentação adequada que não deixassem o país voluntariamente teriam que fazê-lo “depois que eu assumir a presidência”, com “o que tiverem, com a roupa do corpo”.
Desde então, dezenas de migrantes estão na região fronteiriça de Arica e Parinacota, preparando-se para viajar da fronteira de Chacalluta, no Chile, até a fronteira de Santa Rosa, no Peru.
Segundo esses migrantes, o objetivo é entrar no Peru e retornar por terra à Venezuela antes do dia 14 de dezembro, data do segundo turno das eleições no Chile.