EUA vão reexaminar green cards emitidos para pessoas de 19 países

Os EUA irão reexaminar todos os green cards – documento americano de residência permanente no país – emitidos para pessoas de 19 países “de atenção”, a pedido do presidente Donald Trump, enquanto o governo intensifica sua repressão à imigração após o ataque a dois membros da Guarda Nacional em Washington, DC.

“Sob a direção do presidente, eu ordenei um reexame completo e rigoroso de todos os green cards para todos os estrangeiros de todos os países de atenção,” escreveu Joe Edlow, diretor do USCIS (serviço de Cidadania e Imigração dos EUA), em um post no X na quinta-feira (28).

Quando solicitada por mais detalhes, incluindo quais países são considerados “de atenção”, o USCIS indicou à CNN 19 países listados em uma proclamação presidencial de junho. A lista inclui Afeganistão, Birmânia, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Iémen, Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.

Desde que as autoridades identificaram, na noite da quarta (26), o suspeito do ataque em Washington como Rahmanullah Lakanwal, um cidadão afegão, a administração Trump intensificou seus esforços para restringir a imigração.

O Departamento de Segurança Interna, que supervisiona o USCIS, informou na quinta-feira (27) que a administração também está revisando todos os casos de asilo aprovados durante o governo do ex-presidente Joe Biden.

“Com efeito imediato, o processamento de todos os pedidos de imigração relacionados a cidadãos afegãos foi interrompido indefinidamente, aguardando uma revisão adicional dos protocolos de segurança e triagem”, disse a secretária-adjunta do DHS (departamento de Segurança Interna), Tricia McLaughlin, em uma declaração à CNN, acrescentando: “A administração Trump também está revisando todos os casos de asilo aprovados durante a administração Biden.”

Lakanwal — que anteriormente trabalhou com o governo dos EUA, incluindo a CIA — chegou ao país em 2021 como parte da “Operação Allies Welcome” de Biden, após ter ajudado os EUA no Afeganistão. Ele solicitou asilo em 2024, e a administração Trump o concedeu em abril de 2025, conforme reportado anteriormente pela CNN.

Mais de 190.000 afegãos se reestabeleceram nos Estados Unidos desde que as tropas americanas se retiraram do Afeganistão em agosto de 2021, de acordo com o Departamento de Estado.

Em um discurso em vídeo de seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, na noite de quarta-feira, Trump culpou a administração Biden por ter trazido o suposto atirador para os EUA e argumentou que o ataque “destaca a maior ameaça à segurança nacional que nosso país enfrenta.”

Trump disse nas declarações: “Agora devemos reexaminar todos os estrangeiros que entraram em nosso país vindos do Afeganistão sob Biden e devemos tomar todas as medidas necessárias para garantir a remoção de qualquer estrangeiro de qualquer país que não pertença aqui ou que não traga benefícios para o nosso país.”

Trump também lamentou o que descreveu como “20 milhões de estrangeiros desconhecidos e não verificados” que entraram nos EUA durante a administração de seu antecessor, considerando isso “um risco para nossa própria sobrevivência.”

A mais recente ação da administração para reexaminar os green cards está alinhada com a retórica anti-imigração de Trump. Um green card é um documento que considera seu portador como residente permanente legal nos EUA. Ele difere dos programas de refugiados e asilo — que a administração Trump já buscou limitar — embora refugiados precisem solicitar um green card após um ano de permanência nos EUA.

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