Alopecia areata: entenda doença de Carol Lekker e seus tratamentos

A modelo Carol Lekker tem mostrado as falhas em seu cabelo devido ao quadro de alopecia em sua participação em “A Fazenda 17”. Devido às características do problema que ela tem compartilhado, é possível supor que se trata do quadro de alopecia areata, quando a perda dos fios acontece de forma súbita, em falhas arredondadas no couro cabeludo, sobrancelhas ou até na barba. Esta é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca os folículos capilares.

Embora não seja uma doença rara, ela ainda levanta muitas dúvidas e traz impacto direto na autoestima e na vida social. Especialistas explicam o que já se sabe sobre a condição, os tipos existentes, as opções de tratamento e como lidar com os efeitos emocionais da perda dos cabelos.

O que é alopecia areata e por que acontece

Segundo a dermatologista Debora Terra Cardial, membro da Sociedade Europeia de Dermatologia e Venereologia, a alopecia areata se caracteriza pelo ataque do sistema de defesa do corpo aos folículos capilares. “Ela pode causar falhas arredondadas em diferentes áreas, não apenas no couro cabeludo, mas também em cílios, sobrancelhas e barba. Em alguns casos, há perda total dos cabelos ou de todos os pelos do corpo.”

A condição é considerada autoimune porque envolve um erro na regulação do folículo. A dermatologista Caroline Romanelli, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo (SBD-RESP), explica: “Há uma quebra do privilégio imunológico do folículo, que passa a ser reconhecido como um alvo. O sistema imune ataca erroneamente os folículos capilares, resultando na queda de cabelo.”

Estudos indicam que fatores genéticos desempenham papel importante. Pessoas com familiares que tiveram alopecia, vitiligo ou alterações da tireoide, além de indivíduos com síndrome de Down, apresentam maior risco. Situações de estresse emocional ou físico podem funcionar como gatilhos, mas não são causas isoladas.

Tipos de alopecia areata

A doença pode se manifestar de diferentes formas.

  • Alopecia em placas: falhas arredondadas no couro cabeludo;

  • Alopecia total: perda de todo o cabelo da cabeça;

  • Alopecia universal: perda de todos os pelos do corpo, incluindo sobrancelhas, cílios e barba.

A gravidade e a extensão do quadro influenciam diretamente nas escolhas terapêuticas e no prognóstico. Casos iniciados na infância, por exemplo, tendem a apresentar evolução mais persistente e recorrente.

Como tratar a alopecia areata?

Ainda não há cura definitiva para a alopecia areata, mas existem terapias que ajudam a estimular o crescimento dos fios e reduzir a progressão da doença.

Entre as abordagens destacadas estão:

  • Corticosteroides tópicos ou injetáveis: indicados em casos localizados;

  • Imunoterapia tópica: usada em áreas maiores;

  • Inibidores de JAK (como baricitinibe): terapias recentes com eficácia demonstrada em estudos internacionais, ainda de alto custo.

Romanelli acrescenta outras opções: “Nos casos mais extensos ou resistentes, podem ser usados metotrexato e os inibidores de JAK quinase, como baricitinibe e ritlecitinibe, que hoje são as únicas medicações aprovadas em bula para alopecia areata. O minoxidil, tópico ou oral, também pode ser complementar.”

É importante lembrar que a condição é imprevisível: em até metade dos quadros leves, pode haver crescimento espontâneo dos fios, sem necessidade de intervenção. Ainda assim, o acompanhamento dermatológico é considerado essencial para orientar e ajustar a estratégia individual de cada paciente.

Impacto emocional e apoio necessário

Embora a alopecia não cause dor física, seus efeitos psicológicos são significativos. “O impacto emocional pode ser profundo, afetando autoestima e confiança. Muitas pessoas relatam sentimentos de ansiedade e até depressão”, afirma Caroline.

Para Cardial, o apoio deve ir além da parte clínica: “Grupos de suporte, acompanhamento psicológico e até o uso de perucas ou lenços podem ajudar no enfrentamento. O vínculo próximo com o dermatologista também faz diferença nesse processo.”

A dermatologista lembra ainda que não existe forma comprovada de prevenção. O que pode ser feito é iniciar o tratamento precoce, cuidar da saúde geral, manejar o estresse e manter consultas regulares para acompanhar a evolução.

Alopecia areata: impacto mental é maior do que a gravidade da doença

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