O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, anunciou nesta quarta-feira (26) que autorizou o uso temporário de uma base aérea e de um dos principais aeroportos do país para operações logísticas dos Estados Unidos contra o tráfico de drogas.
O anúncio foi feito por Abinader ao fim de uma reunião com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, em Santo Domingo.
Segundo o presidente dominicano, os países chegaram a um acordo “para ampliar a cooperação para reforçar a vigilância marítima contra o narcotráfico”.
“Autorizamos aos Estados Unidos, por um tempo limitado, o uso de espaços restritos na base aérea de San Isidro e no Aeroporto Internacional das Américas para operações logísticas de aviões de reabastecimento de combustíveis, transporte de equipamentos e equipe técnica”, afirmou o presidente dominicano.
Qualificando os EUA como o “sócio estratégico mais importante” da República Dominicana, Abinader afirmou que seu governo trabalhará “sem descanso para fechar todas as rotas criminosas e diminuir drasticamente a influência corrupta dos cartéis do narcotráfico”.
“O propósito é claro: fortalecer o anel de proteção aérea e marítima que nossas Forças Armadas mantêm. Um reforço decisivo para impedir a entrada de narcóticos e atingir com maior contundência o crime organizado transnacional”, disse.
O anúncio acontece em meio à militarização do Mar do Caribe pelos EUA, que têm atacado embarcações que o Pentágono afirma estarem levando drogas para território norte-americano. Dezenas de tripulantes morreram nos bombardeios.
Na última segunda-feira (24), os EUA classificaram o Cartel de los Soles como uma organização terrorista estrangeira, que acusam Nicolás Maduro de liderar. O regime venezuelano nega a existência da organização.
Além da visita de Hegseth ao Caribe, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, o general Dan Caine, visitou no domingo a base naval de Porto Rico, onde os Estados Unidos mantêm caças F-35.
No dia seguinte, ele esteve em Trinidad e Tobago, onde se reuniu com a primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar. O país caribenho, a apenas 11 km da Venezuela, foi palco de exercícios militares conjuntos com os EUA nas últimas semanas.
Após a visita, Persad-Bissessar reiterou o compromisso do seu governo “em garantir a erradicação dos efeitos nocivos do narcotráfico” e afirmou que a parceria dos EUA é “fundamental na proteção” da região.