O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou nesta segunda-feira (24) a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) de estar por trás dos relatos que vinculam dois altos funcionários do governo às dissidências da extinta guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Petro comentou o assunto em mensagens em sua conta no X, após uma investigação do veículo colombiano Noticias Caracol indicar que o diretor de Inteligência, Wilmar Mejía, e o general Juan Miguel Huertas supostamente mantiveram comunicações com líderes das dissidências das Farc.
Após a publicação dessa reportagem, tanto a Direção Nacional de Inteligência quanto a Procuradoria-Geral da Nação anunciaram a abertura de investigações para esclarecer a situação.
Enquanto isso, o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse à CNN nesta terça-feira (25) que está ciente dos relatos que vinculam os funcionários às dissidências das Farc e pediu à Colômbia que investigue essas alegações.
“Dada nossa histórica e estreita cooperação em matéria de segurança, instamos a administração Petro, a Procuradoria-Geral da Nação e outras instituições colombianas a investigar a fundo essas denúncias e tomar todas as medidas apropriadas”, declarou um porta-voz do Departamento.
As acusações de Petro contra a CIA se somam às tensões que se intensificaram há um mês entre os governos da Colômbia e dos Estados Unidos, depois que, em outubro, Trump chamou seu homólogo colombiano de “líder do narcotráfico que incentiva a produção em massa de drogas”.
Petro rejeitou a acusação e afirmou que a Colômbia realiza diversas ações para combater o tráfico de entorpecentes.
Petro também criticou os ataques realizados por forças militares dos EUA desde setembro em águas internacionais do Caribe e do Pacífico, destinados a destruir embarcações que, segundo Washington, transportam drogas. O presidente colombiano afirma que essas operações, nas quais até o momento 22 barcos foram destruídos e 83 pessoas morreram, são ilegais.