Como um ‘mini-camarão’ se tornou ponto chave para o futuro da Antártica

Recentemente, ao final do mês de outubro, aconteceu a 44ª reunião anual da CCAMLR (Comissão para Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártica), na Austrália. O evento, que discute a preservação da biodiversidade em regiões próximas da Antártica, terminou sem avanços em questões que debatem a pesca industrial.

No momento, a pauta principal é a pesca industrial do krill, uma espécie de mini-camarão, que com o sistema atual possibilita 620.000 toneladas do animal serem capturadas em um espaço concentrado, já que uma das cláusulas que impedia este tipo de caça expirou em 2024.

Não houve consenso entre os países para buscar uma solução. Segundo o grupo ‘Our Antarctica’ (Nossa Antártica), há quase uma década, o encontro não consegue estabelecer uma única nova Amp (Área Marinha Protegida).

A CNN Brasil conversou com um membro do governo brasileiro que participou da reunião, mas preferiu não se identificar. “O Brasil apoia a criação da Área Marinha Protegida e se preocupa com a concentração espacial da captura do krill, mas não se opõe ao aumento do limite da captura do animal, desde que a sustentabilidade dessa atividade esteja cientificamente respaldada e desde que haja mecanismos consistentes de monitoramento e proteção ambiental instituídos”.

Krill é a base da alimentação da baleia e mede cerca de um centímetro • Vingadores Antárticos
Krill é a base da alimentação da baleia e mede cerca de um centímetro • Vingadores Antárticos

Brasil participa de reunião do Tratado da Antártica; conservação em debate

Segundo apuração desta reportagem, a primeira-dama, Janja da Silva, deve se reunir, em breve, com a articulação internacional “Vingadores Antárticos”, que inclui nomes como o ator Benedict Cumberbatch e a principal oceanógrafa do mundo, Sylvia Earle.

O grupo enviou uma carta ao presidente Lula (PT), no dia 22 de setembro, durante a Assembleia da ONU e foi revelada em primeira mão pela CNN Brasil, pedindo ação direta do líder brasileiro na contenção da pesca marítima predatória na região da Antártica.

Krill

A pesca predatória do animal que mede cerca de um centímetro é base da alimentação das baleias, por isso pode impactar diretamente o turismo brasileiro. As baleias nadam da Antártica até a costa brasileira, para se abrigar em águas mais quentes e poderem se reproduzir.

Com a falta do alimento, os cetáceos não podem nadar os quase 4 mil km para chegar até o litoral do Brasil. O Setor de turismo de baleias no Brasil pode gerar até R$ 140 milhões de reais por ano.

Caso de cinema

Segundo o veículo britânico The Guardian, um biólogo ucraniano especialista na Antártica, Leonid Pshenichnov, de 70 anos, foi detido pelo governo russo.

O cientista, que defendia o controle da pesca pedratória do krill, se preparava para ir ao evento da CCAML, realizado na Austrália, quando foi preso no território da Crimeia, ocupado pela Rússia. Desde então, ele vem sendo acusado pelos russos de alta traição.

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