Um esboço para um novo plano de paz tem sido foi elaborado, discretamente, entre Estados Unidos e Rússia, sem a participação da Ucrânia. A proposta exige que o governo de Volodymyr Zelensky ceda a região leste de Donbass, incluindo territórios que ainda estão sob controle de Kiev, além de reduzir o exército ucraniano pela metade.
Tropas estrangeiras também seriam proibidas de entrar na Ucrânia, que ainda teria de abrir mão de receber armamentos de longo alcance capazes de atingir o território russo. A Casa Branca e o Kremlin não se pronunciaram oficialmente.
O plano foi comunicado ao governo da Ucrânia nesta semana pelo enviado especial do presidente americano Donald Trump, Steve Witkoff. Ele teria deixado clara sua expectativa de que Zelensky aceitasse o acordo, mesmo sabendo que há pontos considerados inegociáveis por Kiev.
Autoridades do governo ucraniano disseram que a proposta representa apenas as demandas “maximalistas de Putin”, mas admitem que os Estados Unidos vêm pressionando Moscou a explicitar suas expectativas como ponto de partida para possíveis negociações.
Zelensky, que esteve em conversas com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan nesta quarta-feira, deve se reunir com oficiais do Exército americano nesta quinta-feira. A proposta surge em um momento em que o presidente ucraniano enfrenta desgaste interno. Escândalos de corrupção levaram à saída dos ministros da Justiça e de Energia.
As negociações de paz perderam força desde julho, data do último encontro presencial entre oficiais russos e ucranianos. Na madrugada desta quarta-feira (19) , um ataque aéreo russo à cidade de Ternopil, no oeste da Ucrânia, atingiu um prédio residencial, matando ao menos 25 pessoas e deixando quase uma centena de feridos.
*Com informações da CNN Internacional e Reuters