A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, definiu como “lambança legislativa” as seis diferentes versões do relatório do PL (Projeto de Lei) Antifacção apresentadas pelo relator do projeto, deputado Guilherme Derrite (PP-SP).
“Assim foi essa lambança legislativa de apresentar seis versões do relatório e chegar agora com essa versão que não muda essa estrutura que ele apresentou desde o início”, disse Gleisi em entrevista coletiva na noite desta terça-feira (18).
A Câmara dos Deputados vota o texto hoje, a despeito da resistência da base governista com todas as versões apresentadas pelo relator.
A ministra relata que o desfecho legislativo do projeto foi “muito ruim”, na avaliação dos governistas. “Pela forma como ele foi conduzido e mesmo pelo resultado do relatório apresentado pelo relator”, resumiu.
Na última semana, foi aguardada uma reunião entre a ministra e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para aparar as arestas. O encontro não aconteceu.
“Ele (Hugo Motta) ficou de marcar, de produzir, nós tínhamos primeiro marcado para as nove da manhã, aí depois ele desmarcou porque disse que o Derrite não queria conversar conosco, mas que ele faria essa interlocução”, relatou Gleisi.
Apesar dos problemas apontados no texto e o receio expresso sobre as implicações no combate ao crime organizado, a reunião não foi agendada.
Senado
O governo mantém a expectativa de melhorar o diálogo sobre o tema no Senado Federal, para onde vai a matéria após a tramitação na Câmara.
“Eu espero que no Senado a gente possa fazer uma discussão de maneira mais aprofundada e mais séria (…). Nós estamos aí há duas semanas vendo o relator, atabalhoadamente, mandar um relatório após o outro, limpando-se, contradizendo, ou seja, mostrando que realmente não tinha prefácio para relatar uma matéria como essa”, criticou Gleisi.