A presidência da COP30 publicou, no fim da tarde desta segunda-feira (17), a 11ª carta oficial às delegações. O documento foi divulgado em meio a novos impasses nas negociações e reforça o apelo por avanços rápidos no Pacote de Belém.
Logo na abertura, o presidente da conferência, André Aranha Corrêa do Lago, afirma que a COP30 já não é mais uma presidência “começando”, mas “uma presidência viva”. E convoca os negociadores a se engajarem em “um verdadeiro mutirão” definido como uma mobilização coletiva de “mentes, corações e mãos”.
A carta diz que os trabalhos precisam avançar em “modo força-tarefa” para que uma parte substancial do pacote seja concluída até terça-feira à noite. Segundo o documento, a prioridade será dada a temas “inter-relacionados e interdependentes”, deixando para depois pontos que podem ser tratados separadamente.
Entre os itens mencionados, a carta reúne decisões que a presidência considera essenciais para amarrar o Pacote de Belém. A lista inclui a Decisão de Mutirão, a Meta Global de Adaptação (GGA), o programa de transição justa dos Emirados Árabes Unidos — voltado a apoiar países dependentes de combustíveis fósseis — e o programa de mitigação de Sharm el-Sheikh, que organiza ações para reduzir emissões nesta década.
O texto também aponta temas estruturais que seguem em negociação: três elementos do Global Stocktake, o Artigo 9.5, que trata da comunicação antecipada sobre financiamento climático; o Artigo 2.1(c), sobre alinhar fluxos financeiros com metas de clima; além de tópicos ligados à implementação prática das decisões e ao funcionamento dos fundos climáticos.
A presidência sustenta que o legado de Belém pode ser o de restaurar a confiança no processo multilateral, trabalhando “lado a lado” e evitando a fragmentação. A carta termina com um apelo direto: “Os riscos são altos, mas nosso potencial também é. Podemos mudar por escolha, juntos.”