Milhares de pessoas protestaram em todo o México neste sábado (15) sob a “bandeira da Geração Z”, denunciando o aumento da violência após o assassinato público de um prefeito que atuava no combate ao crime no início do mês de novembro.
Na Cidade do México, um pequeno grupo de manifestantes encapuzados derrubou as cercas ao redor do Palácio Nacional, onde reside a presidente Claudia Sheinbaum, provocando um confronto com a polícia de choque, que usou gás lacrimogêneo, segundo testemunhas ouvidas pela Reuters.
O secretário de Segurança Pública da Cidade do México, Pablo Vázquez, afirmou em coletiva de imprensa que 100 policiais ficaram feridos, incluindo 40 que precisaram de atendimento hospitalar. Outros 20 civis também ficaram feridos, disse a autoridade ao veículo de imprensa local, Milenio.
Vázquez informou também que 20 pessoas foram presas e outras 20 “encaminhadas para responder a infrações administrativas”.
Outras marchas ocorreram em várias cidades do México, incluindo no estado de Michoacán, no oeste do país, onde a indignação aumentou devido ao assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, que foi morto a tiros durante um evento público do Dia dos Mortos.
Alguns manifestantes na Cidade do México direcionaram sua ira ao partido de Sheinbaum, gritando “Fora, Morena!”. Outros pediram ainda esforços mais enérgicos do Estado para conter o crime e a violência, berrando: “Carlos não morreu, o governo o matou”.
Um grupo que se autodenomina “Geração Z México”, responsável pelos protestos, afirmou em um “manifesto” que circula nas redes sociais que é apartidário e representa a juventude mexicana que está farta da violência, da corrupção e do abuso de poder.
A Geração Z refere-se às pessoas nascidas entre 1997 e 2012, na sequência da geração dos millennials, e grupos de protesto em outros países ao redor do mundo adotaram esse rótulo para pressionar por mudanças sociais e políticas.
O governo de Sheinbaum questionou os motivos por trás das marchas de sábado, afirmando que elas foram organizadas em grande parte por oponentes políticos de direita.