Os três ciclones que devem atingir o Brasil neste mês deverão afetar, principalmente, os estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil. A informação foi confirmada à CNN Brasil pelo climatologista e professor do Departamento de Geografia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Francisco Aquino.
Segundo o climatologista, os sete estados que, ao todo, compõem as duas regiões devem sofrer ocorrências dentro da normalidade causadas por esse tipo de fenômeno — também considerado comum nesta época do ano.
No entanto, mesmo com a passagem do último ciclone que atingiu o Sul e o Sudeste do Brasil, Francisco Aquino destacou que a ocorrência do evento climático não deve causar, obrigatoriamente, um tornado — como o que aconteceu no interior do Paraná, na última sexta-feira (7).
“Nos cenários dos próximos 15 a 20 dias, esses três ciclones (ou mais) podem se formar aqui no Atlântico Sul, influenciando, como sempre fazem, a região Sul e Sudeste do Brasil. Isso é um esperado”
As áreas do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devem ser os estados mais atingidos. Na tarde desta sexta-feira (14), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta de “risco de tempo severo” e alerta de “grande perigo vermelho” diante da previsão do temporal intenso.
Qual a diferença de ciclone e tornado?
De acordo com o Inmet, o ciclone extratropical é um fenômeno comum no Brasil e ocorre a partir do choque entre uma massa de ar frio e uma massa de ar quente. Sua escala é muito maior, atingindo áreas de muitos quilômetros, e sua intensidade varia conforme a ocorrência de ventos fortes, tempestades e microexplosões — descargas de ar frio em alta velocidade que, ao alcançarem o solo, geram danos significativos no ponto de impacto.
Em coletiva nesta sexta-feira (14), representantes dos dois orgãos, explicaram que este fenômeno se forma entre a Argentina, Paraguai, Uruguai e o extremo sul do Rio Grande do Sul. A expectativa é que em novembro, ele se espalhe entre os outros estados.
O tornado, por sua vez, tem duração mais curta e se forma em uma área muito menor, se caracterizando pela presença da chamada “nuvem funil”. Devido à sua intensidade e rápida formação, ele também é considerado de difícil previsão, geralmente identificado apenas minutos antes de ocorrer. Por isso, a Defesa Civil reforça a importância da população permanecer atenta aos alertas emitidos pelo órgão.
O Inmet destaca ainda que toda frente fria está associada a um ciclone. Entretanto, nem sempre esse sistema se forma sobre o continente e provoca um tornado. Geralmente este fenômeno influencia mais nas condições marítimas.
Previsões
Apesar de um ciclone não necessariamente provocar tornados, é fundamental acompanhar as previsões e se manter alerta às condições meteorológicas.
Entre sábado (15) e domingo (16), as áreas de maior risco de temporais estão no oeste do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Nessas regiões, há grande chances de chuvas intensas, rajadas de vento e queda de granizo.
Já na segunda-feira (17), a frente fria deve se estender em direção ao Sudeste, atingindo principalmente o interior do estado de São Paulo. Veja:
*Sob supervisão de AR.