O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajam na próxima segunda-feira (17) a El Salvador para se reunir com o presidente Nayib Bukele, que se tornou um símbolo da direita latino-americana. No Brasil, o líder salvadorenho tem sido citado por bolsonaristas como referência no enfrentamento ao crime organizado.
O encontro dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com Bukele ocorre em meio ao avanço de pautas de segurança pública no Congresso. Na terça-feira (18), a Câmara deve votar o chamado PL Antifacção. A Casa também discute a PEC da Segurança.
A área de segurança é hoje uma bandeira central da direita e deve ser um dos temas mais relevantes da disputa presidencial de 2026.
Presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, Flávio apresentou o requerimento da viagem ao colegiado no dia 4 deste mês.
No pedido, o senador afirma que o objetivo é promover intercâmbio de experiências e informações sobre políticas de segurança pública, sistema penitenciário e legislação penal. Os detalhes da agenda em El Salvador ainda não foram confirmados.
Flávio também integra a CPI do Crime Organizado, instalada após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
Eduardo, que vive nos Estados Unidos desde março, embarcará para El Salvador três dias depois de virar réu sob acusação de articular sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras junto ao governo americano. Segundo a denúncia, objetivo seria interferir no julgamento do pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar tentativa de golpe de Estado.
Nesta sexta-feira (14), a Primeira Turma do STF formou maioria para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Eduardo. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes. Ainda falta o voto da ministra Cármen Lúcia.
A visita também ocorre em meio à expectativa dentro do campo bolsonarista de que a experiência salvadorenha seja usada como argumento político no debate sobre endurecimento penal no Brasil.
Para aliados, o encontro dos irmãos Bolsonaro com Bukele tem peso simbólico e deve alimentar o discurso de que a direita oferece respostas mais rígidas para problemas de criminalidade e violência.