Waack: Trump mistura guerra e comércio para impor vontade

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (13), uma operação batizada de “Lança do Sul”, assim designada, segundo o secretário da Guerra americano — como agora está sendo chamado o Pentágono —, com o objetivo declarado de erradicar “narcoterroristas” do hemisfério ocidental.

Vinte e quatro horas antes, altos oficiais americanos haviam apresentado ao presidente Donald Trump opções militares para o caso da Venezuela, país que Washington classificou como um “regime narcotraficante”. O anúncio da campanha ocorreu simultaneamente a reuniões promovidas pelo governo americano com o Brasil e com a Argentina, ambas dedicadas a temas comerciais.

A reunião com o Brasil terminou sem anúncios detalhados sobre o que foi discutido. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que participou do encontro, afirmou apenas que os americanos se comprometeram a responder em breve à demanda brasileira de suspender tarifas enquanto se tenta avançar em negociações sobre o comércio bilateral. Já a reunião com a Argentina resultou no anúncio de um tipo de acordo para comércio e investimentos entre os dois países.

Donald Trump e Javier Milei se reuniram e declararam que a aliança entre Estados Unidos e Argentina é estratégica e baseada em uma visão comum de valores políticos.

O que foi anunciado hoje em Washington precisa ser visto em conjunto: tanto a operação “Lança do Sul” quanto as conversas com o Brasil e o acordo divulgado com a Argentina. O denominador comum é a existência de objetivos políticos — e também geopolíticos — por parte dos Estados Unidos, que predominam sobre qualquer outra consideração. Não importa se, aqui ou ali, alguma tarifa venha até mesmo a ser reduzida.

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