O Ministério das Relações Exteriores da China pediu nesta quinta-feira (13) que a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, se retrate do que chamou de falas “graves” relacionadas a Taiwan, alertando que, caso contrário, o Japão “deverá arcar com todas as consequências” dos comentários.
Takaichi provocou uma polêmica diplomática com Pequim ao comentar no Parlamento, na semana passada, que um ataque chinês a Taiwan poderia representar uma “situação de ameaça à sobrevivência” e desencadear uma possível resposta militar de Tóquio.
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou em uma coletiva de imprensa que as falas da primeira-ministra representavam uma “interferência grosseira” nos assuntos internos da China e um “duro golpe” nas relações bilaterais.
Pequim reivindica Taiwan como sua e não descartou a possibilidade de usar a força para assumir o controle da ilha, democraticamente governada. O governo de Taiwan rejeita as reivindicações de Pequim e diz que somente seu povo pode decidir o futuro da ilha.
“Se o Japão ousar intervir militarmente na situação do Estreito de Taiwan, isso constituirá um ato de agressão, e a China responderá de forma decisiva”, declarou Lin.
Esta semana, houve poucos sinais de que as tensões sobre os comentários de Takaichi estivessem diminuindo.
Uma publicação em uma conta de mídia social afiliada à emissora estatal chinesa CCTV, na quarta-feira (12), chamou a premiê de “causadora de problemas” e alertou que ela “teria que pagar o preço” se continuasse a “falar besteiras sem limites”.
Enquanto isso, figuras políticas importantes em Tóquio pediram a expulsão do cônsul geral da China em Osaka, Xue Jian, que compartilhou um artigo de notícias sobre as falas de Takaichi e comentou: “Essa cabeça suja que se mete nessa deve ser cortada”.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, chamou o comentário de Xue de “lamentável”.