A França ajudará a Autoridade Palestina a elaborar uma Constituição para um futuro Estado palestino, afirmou o presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira (11), após conversas com o líder da organização, Mahmoud Abbas, em Paris.
Diversas nações ocidentais, incluindo a França, reconheceram formalmente o Estado palestino em setembro. A medida se deve, em parte, pela frustração dessas nações com Israel devido à guerra na Faixa de Gaza e pelo desejo de promover uma solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio.
Mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou esses reconhecimentos, apoiando a posição de Israel de que isso seria “recompensar” o Hamas pelo ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos Estados Unidos, entrou em vigor em outubro, mas Israel rejeitou novamente qualquer perspectiva da criação de um Estado palestino.
Macron afirmou que a França e a Autoridade Palestina, que exerce autogoverno limitado sob a ocupação militar israelense na Cisjordânia, criarão um comitê conjunto para trabalhar na elaboração de uma nova Constituição.
“Este comitê será responsável por trabalhar em todos os aspectos legais: constitucionais, institucionais e organizacionais”, disse ele a jornalistas.
“Ele contribuirá para o trabalho de desenvolvimento de uma nova constituição, cujo projeto o presidente Abbas me apresentou, e terá como objetivo finalizar todas as condições para um Estado palestino”, concluiu Macron.
O presidente acrescentou que a França contribuirá com 100 milhões de euros (equivalente a cerca de R$ 100 milhões)) em ajuda humanitária para a Faixa de Gaza em 2025.
Por sua vez, Mahmoud Abbas afirmou: “Estamos comprometidos com uma cultura de diálogo e paz, e queremos um Estado democrático e desarmado, comprometido com o Estado de Direito, a transparência, a justiça, o pluralismo e a alternância de poder”.
Ele disse valorizar os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, e de outros parceiros para pôr fim aos combates em Gaza e avançar para a próxima etapa do cessar-fogo rumo a uma paz duradoura, com o desarmamento de grupos, incluindo o Hamas.