A revista francesa Le Point, informou que o ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, se recusou a comer qualquer coisa além de iogurte durante as quase três semanas em que esteve preso, supostamente por medo de que outros detentos cuspissem em sua comida, ou que ela fosse envenenada.
Sarkozy ficou preso durante 20 dias no complexo penitenciário de La Santé, em Paris, e foi solto na segunda-feira (10) para aguardar em liberdade o recurso contra sua condenação por conspiração criminosa.
Segundo a revista, o ex-presidente também “recusou a única outra opção para se alimentar na prisão: comprar comida no refeitório e cozinhar para si mesmo”.
“Ele nem sabe cozinhar um ovo!”, teria dito um funcionário. “E além disso, por princípio, se recusa a fazê-lo”, informa o veículo.
Em depoimento por videoconferência na segunda-feira, ele afirmou que seus 20 dias na prisão foram “muito difíceis”.
Durante a audiência, ele prestou homenagem aos funcionários da prisão, acrescentando que eles demonstraram “uma humanidade excepcional que tornou esse pesadelo suportável”.
O ex-presidente foi condenado a cinco anos de prisão por seu envolvimento em um esquema para financiar sua campanha presidencial de 2007 com fundos da Líbia em troca de favores diplomáticos.
Os promotores solicitaram que Sarkozy fosse libertado sob controle judicial, com restrições sobre com quem ele poderia entrar em contato.
O tribunal decidiu que o ex-chefe de Estado está proibido de deixar a França.
A justiça também especificou que o ex-presidente está proibido de contatar pessoas envolvidas em seu caso, bem como o atual ministro da Justiça francês, Gerald Darmanin, que foi alvo de críticas públicas por visitar Sarkozy na prisão em outubro, segundo a BFMTV.
Em uma declaração publicada na rede social X, pouco antes de Sarkozy partir para a prisão em 21 de outubro, ele enfatizou ser um “homem inocente”. Após sua condenação, protestou veementemente contra a decisão de considerá-lo culpado.
“Se eles realmente querem que eu durma na prisão, eu dormirei na prisão. Mas de cabeça erguida”, disse ele a jornalistas após a audiência de sentença.