O prefeito de Chicago, Brandon Johnson, pediu nesta sexta-feira (7) ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que investigue o que chamou de “uma crise crescente em relação aos direitos humanos nos Estados Unidos”, acusando o governo de Donald Trump de não cumprir obrigações internacionais básicas.
Em um discurso apresentado ao Conselho em Genebra, Johnson afirmou: “Ao se recusar a apresentar seu relatório de Revisão Periódica Universal e a comparecer à sua revisão, este governo [dos Estados Unidos] busca evitar o escrutínio por suas violações dos direitos humanos – assim como tem buscado evitar a responsabilização por suas ações em cidades como a minha”, comentou.
“Muitos de vocês já expressaram preocupação com o envio da Guarda Nacional para cidades americanas, a militarização das forças policiais, a repressão abusiva à imigração e outros graves retrocessos na proteção dos direitos fundamentais”, ressaltou em outro ponto.
Imagens de Chicago e da cidade vizinha de Broadview mostraram uso de gás lacrimogêneo e confrontos entre policiais e manifestantes nas últimas semanas, cenas que Johnson citou como prova de “uma falha moral”.
Ele descreveu famílias “separadas por batidas da imigração” e disse que agentes federais “arrastaram pais para fora de seus veículos na fila para buscar crianças em escolas de ensino fundamental” e “usaram gás lacrimogêneo contra um desfile infantil no bairro”.
O prefeito afirmou que esses abusos têm como alvo tanto as comunidades negras quanto as imigrantes, descrevendo “invasões de estilo militar” no bairro de South Shore, em Chicago, e “um cidadão negro de Chicago sendo estrangulado… a poucos passos da entrada do Westside Center for Justice”.
Apelando por supervisão internacional, ele disse ao conselho: “Nenhum país deve estar acima do direito internacional. Os direitos humanos são universais – ou não têm significado”.
Referindo-se à história dos direitos civis em Chicago, ressaltou que a cidade “há muito tempo insiste que as normas globais de direitos humanos devem ser implementadas localmente”.
Por fim, Johnson afirmou que o povo americano “merece um governo que honre sua dignidade, não um que a diminua“.