O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mobilizou R$ 7 bilhões em crédito para o setor florestal desde 2023. O dado foi divulgado pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, nesta quinta-feira (6), durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém.
“Em resultados concretos, os R$ 7 bilhões viabilizados equivalem a 280 milhões de árvores plantadas, 168 mil hectares recuperados, 70 mil empregos gerados e 54 milhões de toneladas de CO₂e capturadas — o equivalente a três anos sem carros em circulação na cidade de São Paulo”, afirmou.
Só no âmbito do Fundo Clima, foram aprovados R$ 1,9 bilhão em crédito para 14 projetos voltados à restauração, silvicultura e manejo de espécies nativas, mobilizando um total de R$ 5,7 bilhões em investimentos privados associados.
A recuperação florestal consiste no plantio e no manejo de áreas degradadas para que elas voltem a cumprir funções ambientais essenciais, como capturar CO₂ da atmosfera, proteger a biodiversidade, regular o ciclo da água e melhorar a qualidade do solo.
Na prática, essas ações são usadas para recompor áreas de preservação permanente ou reservas legais, recuperar regiões degradadas por mineração ou por pastagens antigas, viabilizar projetos de crédito de carbono e fortalecer cadeias produtivas baseadas no manejo de espécies nativas, seja para madeira, óleos, resinas ou outros produtos florestais.
Além dos benefícios ambientais, a recuperação de florestas pode gerar retorno econômico pelo mercado de carbono.
À medida que áreas restauradas capturam CO₂ da atmosfera, esse volume pode ser convertido em créditos de carbono e vendido para empresas ou países que precisam compensar emissões.
Quanto maior for a capacidade de captura da floresta ao longo do tempo, maior o valor do ativo ambiental gerado.
No Brasil, esse movimento tem atraído investimentos privados, fundos internacionais e empresas interessadas em neutralizar suas emissões.