O governo federal tem adotado uma série de estratégias para minimizar o protagonismo da oposição nos debates sobre segurança pública no Congresso Nacional. As ações incluem articulações políticas e manobras estratégicas para conter a influência de grupos opositores nas discussões sobre o tema. Apuração é de Clarissa Oliveira no Live CNN.
“O governo quer neutralizar, na medida do possível, a forma como a oposição está capitalizando a questão da segurança pública”, destaca a analista de Política da CNN. Entre as principais movimentações, destaca-se a indicação de Fabiano Contarato (PT), senador pelo Espírito Santo, para presidir a CPI do Crime Organizado, evitando que a presidência ficasse com Flávio Bolsonaro (PL), senador pelo Rio de Janeiro. Além disso, o governo conseguiu frear o avanço da discussão sobre a lei antiterrorismo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Proteção estratégica
Outra medida significativa foi a ausência planejada do ministro Ricardo Lewandowski em uma reunião da Comissão de Relações Exteriores. “Foi uma espécie de blindagem do ministro da Justiça”, explica Clarissa. “Para evitar que se transformasse em uma sessão para dar palanque para a oposição”. Embora o encontro fosse para discutir o asilo à primeira-dama do Peru, a decisão de não comparecer foi articulada nos bastidores para evitar questionamentos sobre segurança pública.
O ministro optou por responder aos questionamentos por meio de um ofício enviado à Câmara em abril, estratégia que ajudou a reduzir as oportunidades de embates diretos sobre o tema da segurança pública no Congresso.
As ações do governo nas últimas 24 horas resultaram em vitórias consideradas relevantes para conter o avanço da oposição nessa pauta.