A Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), do MJSP (Ministério de Justiça e Segurança Pública), confirmou nesta terça-feira (28) que o governo do Rio de Janeiro solicitou dez novas vagas em penitenciárias federais para a transferência de presos de alta periculosidade.
Agora, o governo Fluminense aguarda pelos trâmites judiciais para o atendimento da solicitação.
Em nota, a entidade afirmou ainda que, em 2025, 12 novos presidiários do Rio de Janeiro foram incluídos no Sistema Penitenciário Federal.
O estado é atualmente o segundo maior em número de presos sob custódia judicial, totalizando 59 custodiados.
Na terça-feira (28), a Polícia do Rio de Janeiro realizou uma megaoperação no Complexo do Alemão e da Penha. A ação deixou ao menos 64 mortos. São 60 suspeitos, dois policiais civis e dois policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), segundo as forças de segurança do estado.
A ação, batizada de Operação Contenção, faz parte de uma iniciativa do Governo do Estado para combater a expansão territorial do CV (Comando Vermelho) e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.
Os policiais tentam cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes do CV — entre os alvos, 30 são de outros estados, com destaque para membros da facção no Pará, que estariam escondidos nessas regiões.
Até a última atualização, 81 pessoas já tinham sido presas. Dois suspeitos baleados estão sob custódia no Hospital da Penha.
Ainda durante a operação, três moradores vítimas de bala perdida foram socorridos ao Hospital Getúlio Vargas. Entre elas, uma mulher foi atingida de raspão enquanto estava na academia e já recebeu alta.
Reunião no Planalto
O governo federal decidiu enviar uma comitiva ao Rio de Janeiro após a megaoperação policial que deixou 64 mortos na cidade. A decisão foi tomada durante uma reunião de emergência comandada pela Casa Civil no Palácio do Planalto.
O objetivo da viagem é realizar um encontro com o governador Cláudio Castro (PL) para discutir medidas conjuntas de enfrentamento ao crime organizado.
Devem integrar a comitiva o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Marcel Murad. O local e o horário da reunião ainda não foram definidos.
Retorno de Lula
As ações do governo federal ainda dependem de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que retornou nesta terça-feira (28) para Brasília depois de agenda no Sudeste Asiático.
O presidente deve se reunir com ministros na manhã desta quarta-feira (29).