A Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) anunciou um exercício especial de treinamento para aprimorar a precisão das medições orbitais do cometa 3I/ATLAS. Ele despertou curiosidade nos cientistas e no público geral após um estudo dizer que ele poderia ser artefato alienígena disfarçado de cometa e potencialmente hostil.
Previsto para acontecer entre 27 de novembro deste ano e 27 de janeiro de 2026, a iniciativa que acontece com outros objetos no espaço uma vez no ano, desde 2017, selecionou o astro por ele ter chamado a atenção nos últimos meses.
A inscrição para o exercício só poderá ser feita por quem participar de um workshop sobre técnicas para medir corretamente a astrometria de cometas — que receberá inscrições até o dia 7 de novembro. Para ele, é necessário ter um código MPC, que identifica observatórios astronômicos, ativo.
Datas do exercício 3I/ATLAS
- Prazo final para inscrição no workshop: 7 de novembro, 14h (horário de Brasília)
- Workshop de Astrometria Cometária: 10 de novembro, 12h (horário de Brasília)
- Início da campanha: 25 de novembro, 12h (horário de Brasília)
- Abertura da janela de observação: 27 de novembro de 2025
- Teleconferência de check-in no meio da campanha: 9 de dezembro, 12h (horário de Brasília)
- Fechamento da janela de observação: 27 de janeiro de 2026
- Teleconferência de encerramento: 3 de fevereiro de 2026, 12h (horário de Brasília)
Composição química incomum
O 3I/ATLAS foi detectado em 1º de julho de 2025 pelo telescópio Atlas (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert Survey System), localizado em Río Hurtado, no Chile.
Posteriormente, um estudo baseado em observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelou alguns detalhes incomuns sobre o 3I/ATLAS, como uma coma (a nuvem de gás e poeira ao redor do núcleo do cometa) dominada por dióxido de carbono (CO₂). Esta é uma concentração jamais vista em cometas.
Além disso, o 3I/ATLAS contém aproximadamente oito vezes mais dióxido de carbono do que água, o que ultrapassa em mais de seis vezes o limite de variação esperado.
Como o objeto está viajando a uma velocidade acima de 210 mil km/h, os pesquisadores estão em uma verdadeira corrida contra o tempo para extrair o máximo de informações sobre a composição química.
Além de confirmar a procedência extrassolar do 3I/ATLAS, o JWST estimou que o cometa possui um núcleo sólido entre 320 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro, com uma atividade de emissão de água (OH) detectada a distâncias superiores a três unidades astronômicas do Sol (450 milhões de km).
O 3I/ATLAS pode ser o cometa mais antigo já observado até hoje. Segundo um modelo computacional desenvolvido pela equipe que o descobriu, o visitante espacial teria mais de sete bilhões de anos, ou seja, mais velho que o Sistema Solar.