A Raízen S/A, detentora dos direitos de uso da marca Shell no Brasil, ajuizou um pedido de Tutela de Urgência, na Justiça da Bahia, exigindo a imediata retirada de todos os elementos visuais da marca Shell de um posto revendedor operado por um empresário apontado com um dos envolvidos no esquema de adulteração de combustíveis operado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
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A medida ocorre após a deflagração da “Operação Primus”, em 16 de outubro deste ano, que investiga adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro com supostas conexões com o PCC.
O pivô do caso é o empresário Jailson Couto Ribeiro, preso e apontado como líder do esquema, e que figura como fiador e responsável pelo posto revendedor. O empresário foi preso na Operação Primus, liderada pela Polícia Civil da Bahia, que desmantelou um esquema de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro envolvendo mais de 200 postos, resultando em nove prisões e R$ 6,5 bilhões bloqueados.
A notícia, que ganhou repercussão, gerou uma associação “devastadora” entre a marca e o crime organizado, segundo a defesa da distribuidora.
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Reputação e quebra de contrato
A empresa justifica que a manutenção da identidade visual da Shell no posto transformaria o emblema da companhia em uma “fachada para um esquema criminoso ligado à maior facção do Brasil”.
A Shell ainda enfatiza no pedido que não se trata de uma discussão contratual primária, mas sim de uma “medida cirúrgica e imediata” para proteger sua credibilidade e combater um “dano imensurável e possivelmente irreparável” à sua honra.
A distribuidora argumenta que essa situação é “inadmissível” e configura propaganda enganosa, induzindo o consumidor a erros. Além do dano à imagem, a empresa aponta reiterados descumprimentos contratuais por parte do posto.
A CNN tenta contato com a defesa de Jailson Couto Ribeiro. A defesa da Raízen S/A, detentora dos direitos de uso da marca Shell no Brasil, foi procurada para comentar o caso, mas não retornou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.