O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve resistir à pressão de aliados e postergar o anúncio de seu apoio para a disputa presidencial de 2026. Segundo a analista de Política da CNN Clarissa Oliveira, no Bastidores CNN, a demora na definição enfrenta dois obstáculos principais: as chances mínimas de uma anistia e o prejuízo à campanha.
Clarissa detalha que “uma possível anistia para Bolsonaro dependeria da eleição de um aliado à presidência”, já que não há nenhum avanço no Congresso nas negociações para reduzir as penas do ex-presidente. Com relação à campanha, ele perderia seis meses caso adie a decisão até julho de 2026, o que prejudicaria as articulações.
Possibilidades e riscos
Em abril de 2026, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decida concorrer à presidência, ele precisará deixar o governo de São Paulo. “Se Tarcísio não deixar o cargo, já se sabe que o candidato não vai ser o governador”, explica a analista. A possível desincompatibilização funcionará como um indicador claro das intenções de Tarcísio, independentemente do timing escolhido por Bolsonaro para manifestar seu apoio.
Para Clarissa, no momento atual, antecipar o apoio a qualquer candidato poderia ser contraproducente. A exposição prematura aumentaria a rejeição e submeteria o escolhido a um desgaste desnecessário antes do período eleitoral propriamente dito.
Entretanto, a estratégia de postergar o anúncio também carrega riscos. “Ao adiar excessivamente sua decisão, Bolsonaro pode ver outros atores políticos se reorganizarem em torno de alternativas diferentes”, conclui.