O governo de Israel aprovou nesta quinta-feira (9) uma resolução de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, que inclui a libertação de reféns mantidos pelo Hamas. No entanto, segundo o analista de internacional da CNN Brasil, Lourival Sant’Anna, uma paz duradoura na região enfrenta obstáculos significativos.
Para Lourival, a consolidação da paz depende da criação de um Estado palestino, cenário considerado improvável devido à extensiva colonização israelense na Cisjordânia desde 1967.
O território, que inclui a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, tem sido objeto de disputa desde o plano de partilha de 1948.
Histórico do conflito
O plano original previa a divisão igualitária do território entre israelenses e palestinos, com Jerusalém como cidade internacional. Contudo, após a declaração do Estado de Israel e subsequentes conflitos, a ocupação territorial se expandiu, resultando em significativa redução das áreas palestinas.
A Cisjordânia, segundo Lourival, tornou-se “uma grande peneira”, completamente ocupada por colônias judaicas, inviabilizando sua integração a um possível Estado palestino. Simultaneamente, a Faixa de Gaza permanece cercada, com severas restrições à circulação de seus habitantes.
Perspectivas e acordos
O atual acordo prevê um recuo das tropas israelenses em duas fases. Na primeira, em 24 horas, as forças se retiram das regiões mais populosas de Gaza.
A segunda fase contemplaria uma retirada completa, condicionada ao desarmamento do Hamas – grupo que, por sua vez, vincula seu desarmamento à criação do Estado palestino.
Quanto à reconstrução de Gaza, existe a possibilidade de apoio financeiro de países do Golfo.
No entanto, Lourival, que cobriu três guerras anteriores na região, ressalta que a destruição atual é sem precedentes, embora a reconstrução seja possível com auxílio internacional.