Empresárias do agro apostam em sustentabilidade por laço na Europa

Diretamente da cidade de Antoing, na Bélgica, um grupo de empresárias brasileiras aposta em inovação e sustentabilidade para promover o agronegócio do Brasil no Velho Continente.

Termina neste sábado (27) o congresso internacional Global Summit Women in Agritech 2025, no qual o Brasil, pela primeira vez após quatro edições, garantiu um painel exclusivo.

Uma das integrantes da comitiva brasileira à Bélgica, Maxiely Scaramussa, presidente do Sindicato Rural de Paragominas (PA), avalia que participar do evento, que reuniu mais de 200 lideranças femininas do agro vindas de 72 países.

“É uma oportunidade de estreitar parcerias, explorar novos mercados e conectar cadeias produtivas de forma sustentável”.

Para a produtora rural, a medida fortalece laços institucionais e mostra o compromisso do setor produtivo brasileiro com padrões internacionais.

“O retorno vai muito além do comercial. Trata-se de posicionar o Brasil como parceiro confiável, inovador e comprometido em levar alimentos de excelência para o mundo”, diz.

Uma das resistências na Europa ao acordo com o Mercosul é a vantagem competitiva — em escala de produção e preços mais baixos — do agronegócio brasileiro contra os produtores locais.

O desmatamento e a adoção de práticas sustentáveis no agro brasileiro também são preocupações que tomam o imaginário europeu.

Organizador da missão, Paulo de Castro Reis, CEO da Connexpand e especialista em internacionalização, acredita que a participação no evento pode ajudar a influenciar positivamente o Brasil em temas que preocupam a UE.

E em meio ao tarifaço, Castro ressalta como “está claro que diversificar mercados é essencial para reduzir riscos e lidar melhor com medidas comerciais desfavoráveis”, e que o mercado europeu oferece oportunidades estratégicas, que podem fortalecer ainda mais a nossa presença internacional, trazendo alternativas para o produtor brasileiro e mais estabilidade para todo o setor.

Scaramussa pondera que apesar de os acordos serem assinados pelas autoridades, é o contato entre as pessoas dos setores envolvidos que os viabiliza.

“Essa aproximação abre caminho para diálogos mais produtivos e acelera avanços em um acordo estratégico para todos os envolvidos”, afirma.

“Quando representantes do agro brasileiro dialogam diretamente com investidores, autoridades e formadores de opinião europeus, quebramos barreiras de percepção. Além de tarifas, é fundamental mostrar dados, práticas ambientais, diversidade de cadeias e, principalmente, o rosto humano do agro.”

A diversidade de modelos de produção existentes no Brasil é um dos potenciais destacados por Luciana Tomain, presidente da Comissão da Mulher, na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

“Somos o país da agricultura familiar, da essência empreendedora e da pluralidade de sistemas produtivos. É imprescindível reposicionar o Brasil no mapa mundial como potência em desenvolvimento econômico sustentável, capaz de produzir alimento, energia e futuro em harmonia com o meio ambiente e em benefício da sociedade.”

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