Um bezerro com duas cabeças nasceu na última quinta-feira (25) em Belmonte, na Região Oeste de Santa Catarina.
O animal, uma fêmea, foi prontamente encaminhado para a clínica veterinária da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina), em São Miguel do Oeste, onde está recebendo assistência profissional e alimentação adequada.
O fenômeno, que gera a formação popularmente referida como “siamês”, é na verdade uma anomalia congênita raríssima chamada diprosopia.
Veja o vídeo:
O que é a Diprosopia?
A diprosopia é uma condição genética caracterizada pela duplicação parcial ou completa das estruturas da face do animal, sem que haja separação das duas cabeças.
O diprosopo é uma anomalia em que a região cefálica e as estruturas faciais se apresentam em duplicidade, geralmente seguindo um padrão monomórfico.
A anomalia é causada por um erro em um gene específico, conhecido como SHH. O gene é responsável pela produção da proteína Sonic Hedgehog, uma molécula de sinalização fundamental em diversos processos de desenvolvimento embrionário.
Ele funciona como um morfógeno, influenciando a diferenciação celular conforme suas diferentes concentrações. Esse gene é crucial para o desenvolvimento de vários sistemas, incluindo o nervoso, cardiovascular e musculoesquelético. Além disso, mutações no gene SHH podem resultar em malformações sérias, como a holoprosencefalia e anomalias oculares.
Formação
Esse gene, durante o desenvolvimento embrionário, acaba enviando sinais em excesso, o que resulta na duplicação das estruturas da cabeça.
No bezerro de Santa Catarina, os exames de imagem e a análise visual revelaram que ele possui detalhadamente dois focinhos, duas bocas e quatro olhos.
A possibilidade de sobrevivência para animais com essa condição é rara, mas existe. A anomalia congênita gera grandes perdas reprodutivas na bovinocultura, embora tenha baixa incidência.
Caso em Minas Gerais
No município de Piranga, estado de Minas Gerais, um caso de diprosopia completa em bezerro foi relatado. A vaca, em seu quinto parto, apresentou complicações no parto, sendo necessário submetê-la a uma cesariana.
O bezerro nasceu natimorto, apresentando junção craniofacial, mas sem separação total das cabeças. Após minucioso exame e necropsia, verificou-se que o animal mineiro possuía duas medulas espinhais.
As duas faces tinham padrões morfológicos similares, com a presença de dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas. Casos como este de frequentemente implicam o desenvolvimento de partos problemáticos e problemas puerperais.