“Vale Tudo” se encaminha para sua reta final, mas as polêmicas sobre decisões da trama seguem surgindo. Nesta semana, Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima), um casal lésbico que adotou Sarita (Luara Telles), foram surpreendidas com a chegada do pai biológico da criança.
“Não existe pai biológico em uma família de duas mães”, começou a nota do Coletivo Dupla Maternidade, uma comunidade que reúne mulheres LGBTQIA+ que vivem a maternidade dupla. A associação disse ter vibrado ao saber que a trama teria uma família de duas mães e que a história seria diferente da original – em que a personagem Cecília morre. “Mas é inacreditável que em 2025 o que poderia ser representatividade seja transformado em desinformação, preconceito e desserviço”, critica a postagem.
O coletivo ressalta que a decisão de trazer um “pai” para a criança “reforça as violências diárias“, assim como também compactua. “Para Manuela Dias e a equipe de roteiristas de ‘Vale Tudo’, fica aqui nosso pedido para que a história de Cecília e Laís, que na trama são mães de Sarita, seja revista para uma abordagem mais construtiva e afetuosa“, concluiu o comunicado e ainda se disponibilizou para participar na construção da narrativa das personagens. “Para que a novela contribua de fato com as nossas famílias, e não apenas use o assunto de forma oportunista.”
Maeve Jinkings e Lorena Lima, que já havia demonstrado estar infelizes com suas personagens, responderam apoiando o coletivo. “Todo meu amor e respeito ao coletivo, e a todas as mães adotivas e casais de mulheres. Desde o início busquei compreender a alma dessas famílias”, disse a atriz de “Aquarius”.
Já Lorena disse torcer para que as histórias de famílias diversas tenham mais espaço na dramaturgia. “Que tenhamos mais chances de contar nossas histórias. É imenso meu respeito e admiração pelo coletivo e por todas as mulheres que o formam. Guardo com muito carinho os presentes que mandaram e deixo meu desejo forte de encontrar com vocês (logo).”