Iate, imóveis e carro de luxo foram comprados com dinheiro lavado do PCC

Os envolvidos no esquema com o PCC (Primeiro Comando da Capital) compraram itens como imóveis, um iate, helicópteros e carro de luxo com o dinheiro lavado pela organização criminosa.

Segundo operação realizada nesta quinta-feira (25), os suspeitos utilizavam postos, motéis, franquias e empreendimentos imobiliários para lavar o dinheiro e ocultar patrimônio do PCC.

Durante as investigações foram constatadas compras de itens de luxo pelos investigados, como:

  • Um iate de 23 metros, comprado por um dos motéis e transferido para empresa de fachada;
  • Dois helicópteros, incluindo um modelo Augusta A109E;
  • Uma Lamborghini Urus, registrado em nome de empresa patrimonial;
  • Terrenos de motéis avaliados em mais de R$ 20 milhões.

A “Operação Spare”, da Receita Federal, é um desdobramento da “Operação Carbono Oculto” e investiga um dos principais operadores de uma organização criminosa que atua há mais de 20 anos no mercado de combustíveis. Bens bloqueados representam apenas 10% do patrimônio real do grupo.

A ação cumpre 25 mandados de busca e apreensão em seis municípios paulistas, sendo 19 na capital e outros em Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.

O esquema

A investigação apontou que os suspeitos movimentaram R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolheram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais, cerca de 0,1% do faturamento, índice muito inferior ao do setor. A rede identificada pela Receita é composta por cerca de 400 postos de combustíveis, sendo 200 diretamente ligados ao principal alvo.

Além dos postos, o grupo operava 98 estabelecimentos de franquias, mais de 60 motéis e empreendimentos da construção civil. Juntas, essas empresas movimentaram mais de R$ 1,9 bilhão no período, com indícios de subfaturamento e distribuição irregular de lucros.

Um dos motéis chegou a distribuir 64% da receita bruta declarada como lucro aos sócios, percentual considerado atípico pelos investigadores.

Os investigadores detectaram retificações de declarações de Imposto de Renda realizadas de forma simultânea para incluir patrimônio em declarações antigas, próximas à decadência, sem comprovação de origem ou pagamento de imposto.

A manobra permitiu que membros da família do principal alvo aumentassem artificialmente seu patrimônio declarado em cerca de R$ 120 milhões.

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