Jimmy Kimmel volta ao ar após suspensão e esclarece comentários sobre Kirk

Jimmy Kimmel retornou à televisão na madrugada desta quarta-feira (24) defendendo a sátira política dos EUA contra o “bullying” do governo Trump, seis dias após seus comentários sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk terem levado à suspensão do programa “Jimmy Kimmel Live!“.

“Nunca foi minha intenção menosprezar o assassinato de um jovem. Não acho que haja nada de engraçado nisso”, disse Kimmel à plateia, com a voz embargada pela emoção.

“Nem foi minha intenção culpar qualquer grupo específico pelas ações de um indivíduo obviamente profundamente perturbado — isso era o oposto do que eu estava tentando dizer”, acrescentou.

A Disney, controladora da rede ABC, que exibe o programa, interrompeu a produção em 17 de setembro, dois dias depois de Kimmel dizer em seu monólogo de abertura que os apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, estavam desesperados para caracterizar o suposto assassino de Kirk “como qualquer coisa além de um deles” e acusá-los de tentar “marcar pontos políticos” com seu assassinato.

Antes do retorno de Kimmel à grade, Trump escreveu que “não consegue acreditar” que a ABC devolveu o programa ao humorista e insinuou que tomaria novas medidas contra a emissora.

“Por que eles iriam querer de volta alguém que se sai tão mal, que não é engraçado e que coloca a emissora em risco ao interpretar um LIXO democrata 99% positivo?”, escreveu Trump no Truth Social.

“Ele é mais um braço do DNC (Comitê Nacional Democrata) e, até onde sei, isso seria uma grande contribuição ilegal de campanha. Acho que vamos testar a ABC nisso”, completou o presidente americano.

A decisão da Disney de voltar com o programa de Kimmel marcou um ato de desafio de alto nível diante da crescente repressão de Trump contra seus supostos críticos da mídia por meio de ameaças regulatórias da Comissão Federal de Comunicações (FCC).

Embora a Disney tenha trazido Kimmel de volta à programação da ABC em menos de uma semana, os dois maiores grupos de emissoras de televisão afiliadas locais da ABC – Nexstar Media Group e Sinclair – ainda se recusam a transmitir o programa.

Kimmel, quatro vezes apresentador do Oscar, disse que Trump não estava atrás apenas de comediantes de quem não gostava, mas também de jornalistas, dizendo sobre o presidente republicano: “Ele os está processando, os está intimidando”.

“Sei que não é tão interessante quanto amordaçar um comediante, mas é muito importante ter uma imprensa livre, e é uma loucura não estarmos prestando mais atenção a isso”, disse Kimmel.

Ele também disse estar “profundamente” comovido com o perdão expresso pela viúva de Kirk, Erika Kirk, ao acusado de assassinar seu marido, um estudante de escola técnica de 22 anos de Utah.

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