A agenda esvaziada de indicadores e eventos econômicos no Brasil e no exterior fez as taxas dos DIs oscilarem em margens estreitas nesta sexta-feira (19), até encerrarem o dia com altas leves, acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2028 estava em 13,255%, ante o ajuste de 13,23% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 marcava 13,14%, ante o ajuste de 13,1%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2035 estava em 13,41%, ante 13,405% do ajuste anterior.
Após despencarem nas últimas semanas em meio à expectativa pelo corte de juros pelo Federal Reserve, os rendimentos dos Treasuries ganharam força a partir da última quarta-feira (17), após o Fed promover, de fato, um corte de 25 pontos-base em sua taxa de juros, sinalizando novas reduções nos próximos meses.
Investidores ajustaram posições sob a lógica do “compre no boato e venda no fato”, o que fez os yields subirem na quarta (17), na quinta (18) e nesta sexta-feira (19), em movimento justificado ainda por novos dados de auxílio-desemprego nos EUA e pela avaliação de que os cortes à frente do Fed tendem a ser de 25 pontos-base, e não de 50 pontos-base.
O mercado brasileiro de renda fixa acompanhou, com as taxas dos DIs se ajustando em alta desde quinta-feira (18) — já após a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano, reiterando a mensagem de permanência neste patamar por período prolongado.
O ajuste de alta das taxas dos DIs continuou nesta sexta-feira (19), ainda que de forma contida, com investidores à espera da ata do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, a ser divulgada na próxima terça-feira (23). Ao mesmo tempo, a ausência de notícias de impacto limitou a liquidez, em especial durante a tarde.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 99% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Copom, no início de novembro.
Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 3 pontos-base, a 4,129%.