Os deputados federais Chico Alencar (PSOL) e Kim Kataguiri (UNIÃO) discutiram, nesta quarta-feira (17), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a direita terá força para turbinar o texto da anistia.
Após pressão, uma ala do Congresso conseguiu convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta, a dar o primeiro passo na votação do projeto de lei que anistia os condenados pelo 8 de janeiro. O alcance do perdão e as minúcias do texto ainda provocam embates entre governistas, centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alencar entende que a aprovação do projeto depende da versão que será votada.
“Eu de antemão já digo que é uma proposta precoce, é uma proposta que não está na boa tradição brasileira desde o império das anistias, que sempre resultam de um grande acordo nacional, de um pacto de efetiva pacificação, de reconhecimento do erro daqueles que serão anistiados”, disse.
“A proposta da anistia, que não está delineada, não há nem acórdão do Supremo, ainda há possibilidade de embargos infringentes por parte da defesa dos recém condenados, da cúpula golpista. Então, na verdade, há uma celeridade que tem o intento evidentemente político, muito mais do que fazer justiça, muito mais do que pacificar uma sociedade que não está conflitada neste nível”, continuou.
Kataguiri se posicionou contra uma anistia que contemple Bolsonaro.
“As mensagens que foram vazadas entre o Jair, o Eduardo e o Malafaia, deixam muito claro que a intenção é anistiar o Bolsonaro, ainda que isso signifique sacrificar aquelas pessoas que eles estão dizendo defender”, opinou.
“Eu não acho que essas pessoas tinham a intenção nem a capacidade de dar um golpe de Estado, as pessoas que vandalizaram o Congresso e o STF. Acho que elas precisam ser condenadas pelos crimes que elas cometeram, de dano ao patrimônio, de vandalismo, isso eu concordo plenamente. Agora, não com pena de tentativa de golpe de Estado, porque não é o caso dessas pessoas”, prosseguiu.