Escolas de educação infantil de Porto Alegre (RS) têm registrado um crescimento no número de casos da síndrome mão-pé-boca, infecção viral que afeta principalmente crianças menores de cinco anos. A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde da cidade tem monitorado a situação por conta dos surtos da doença.
Na última quinta-feira (11), a prefeitura emitiu um alerta epidemiológico para a rede de serviços notificadores de Porto Alegre.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da capital, o aumento de casos da doença foi notório entre a segunda quinzena de julho e a primeira semana de setembro deste ano, quando 19 surtos foram registrados, envolvendo 161 pessoas entre bebês, crianças e adultos. Um surto é caracterizado quando três ou mais casos são confirmados no mesmo local.
No ano passado, foram notificados 20 surtos, sendo que 19 deles foram investigados. A síndrome é uma infecção considerada contagiosa e causada por um vírus do sistema digestivo, mais comum em crianças pequenas, mas que também pode afetar adultos.
Sintomas
O vírus que provoca a doença pode ser transmitido por contato direto entre pessoas, bem como por saliva, fezes, secreções, alimentos, objetos contaminados e por lesões de pele. O contágio costuma ter maior intensidade na primeira semana, mas o vírus pode ser eliminado pelas fezes por até quatro semanas, motivo pelo qual os casos são monitorados por 30 dias.
Segundo Letícia Campos Araújo, dentista da equipe que acompanha os surtos na vigilância epidemiológica, os sintomas mais evidentes são as lesões em mãos, pés e boca e os primeiros sinais costumam ser dor de garganta e febre. “Em dois ou três dias surgem pequenas feridas avermelhadas nas mãos, pés e boca. Também pode ocorrer mal-estar e perda do apetite”, destacou Letícia.
Prevenção e tratamento
Não há tratamento específico ou vacina para a síndrome. No entanto, saiba quais as recomendações para prevenir a doença, de acordo com a prefeitura:
- Lavar as mãos com frequência, especialmente após usar o banheiro e antes de manipular alimentos;
- Descartar fraldas e lenços em lixeiras fechadas;
- Não compartilhar mamadeiras, copos ou talheres;
- Nas creches, reforçar a higiene das mãos durante a troca de fraldas para evitar a transmissão entre crianças;
- Manter afastados da escola ou do trabalho os pacientes até o desaparecimento dos sintomas;
- Lavar com água e sabão e desinfetar com solução de água sanitária diluída superfícies e objetos que possam ter contato com secreções ou fezes;
- Evitar contato muito próximo com pessoas doentes, como abraços e beijos;
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
- Trocar e lavar diariamente roupas pessoais e de cama de pacientes.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo