O Brasil enfrenta um preocupante cenário de negacionismo vacinal. Este fenômeno, que não se restringe apenas ao território nacional, tem causado impactos significativos na saúde pública, avaliou Werther Brunow de Carvalho, professor-titular da UTI neonatal da FMUSP, em entrevista ao CNN Sinais Vitais.
Carvalho detalha que doenças como sarampo e coqueluche, que estavam ausentes do país há mais de uma década, voltaram a aparecer em decorrência da baixa adesão às campanhas de vacinação. Este cenário é agravado pela disseminação de informações falsas nas redes sociais, inclusive por profissionais de saúde, gerando um ciclo vicioso de descrédito em relação às vacinas.
Com relação à vacinação na infância, o especialista afirma que “a vacina é um ato de amor que os pais podem fazer pela criança”.
Programa Nacional de Imunização
Segundo Clovis Artur Almeida da Silva, professor-titular do departamento de Pediatria da FMUSP, o Brasil possui um dos programas de vacinação mais robustos do mundo, oferecendo imunização gratuita em postos de saúde distribuídos por todo o território nacional. Esta estrutura, considerada exemplar, contrasta com diversos países onde a vacinação é cobrada da população.
O especialista explica que a importância da vacinação é ainda mais crítica para pacientes com doenças crônicas, que representam entre 10% e 15% das crianças e adolescentes brasileiros. Muitos destes pacientes recebem medicamentos imunossupressores, tornando a proteção vacinal ainda mais necessária.
Estudos consolidados demonstram que as vacinas são seguras mesmo para pessoas com condições específicas de saúde, desmistificando o receio de que a imunização possa ativar ou agravar doenças preexistentes.